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Empreiteira culpa Marinho por paralisação do Museu do Trabalho

Localizado no antigo mercado municipal o
projeto foi idealizado por Marinho em 2010

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
21/02/2016 | 07:00
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Anderson Silva/DGABC:


Responsável por um dos projetos mais polêmicos do governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), a Construções e Incorporações CEI informou ao Diário que o Museu do Trabalho e do Trabalhador só foi paralisado a pedido da Prefeitura. A obra está parada há um ano e meio e era para ter sido entregue ainda em 2013.

Localizado no antigo mercado municipal e em frente ao Paço, o empreendimento foi idealizado por Marinho em 2010 para homenagear seu padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foi inicialmente orçado em R$ 18 milhões, já teve aditivo financeiro de R$ 800 mil e Marinho briga junto ao Ministério da Cultura o envio de mais R$ 4,5 milhões para terminar a obra – não há previsão de liberação de mais aporte.

Em nota assinada por Paula Leite Cordeiro, engenheira da empresa, a Construções e Incorporações CEI indicou que a intervenção “está temporariamente suspensa por determinação da contratante”. “A entrega do prédio poderá ser feita em alguns meses, tão logo seja autorizada a retomada das obras”, disse, sem detalhar prazos. Marinho garante que o projeto será entregue até o fim do ano.

Segundo a empresa, “a estrutura está praticamente concluída”. A companhia negou que haja débitos por parte da Prefeitura. “Não existem pendências. Todas as notas fiscais emitidas pela Construções e Incorporações CEI para pagamentos dos serviços foram devidamente quitadas”. A terceirizada também não falou sobre os problemas de estrutura, como vigas abandonadas e sinais de corrosão de pilares.

A Construções e Incorporações CEI declarou desconhecer a investigação em curso pelo MPF (Ministério Público Federal) para apurar uso de laranja na composição societária da empresa. Em setembro de 2013, o Diário mostrou que o eletricista desempregado Erisson Saroa Silva, morador de Diadema, detinha oficialmente R$ 10,4 milhões em cotas da empresa. Ele se surpreendeu ao ser informado do valor e, dias depois, foi retirado do quadro de sócios da empresa.

“O senhor Erisson Saroa Silva deixou o quadro societário da empresa por motivos pessoais e de forma consensual”, alegou a empreiteira.

O único responsável pela Construções e Incorporações CEI é Elvio José Marussi. Recentemente , Carlos Alves Pinheiro deixou a chefia da empresa, sem alegar os motivos. “O senhor Carlos Alves Pinheiro deixou o quadro societário da empresa por motivos pessoais e de forma consensual”, garantiu a CEI.

Na Junta Comercial, os registros indicam que Pinheiro recebeu as cotas de R$ 10,4 milhões – somadas – as quais tinha direito pelo cargo exercido na terceirizada. Ainda no departamento estadual, a empresa declara possuir mesmo capital social, de R$ 20,8 milhões, de quando assinou contrato com o governo do prefeito Luiz Marinho. Durante duas semanas a equipe do Diário tentou contato com Elvio José Marussi, mas ele não foi localizado. 




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