O consumidor que for amanhã ao Atrium Shopping, em Santo André, poderá contar com mais uma facilidade na hora de fazer compras: a partir de agora, todos os sábados, o centro comercial receberá uma feira orgânica, que comercializa alimentos naturais, sem agrotóxicos.

A iniciativa é fruto de parceria entre o shopping e a Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), e tem o apoio do Movimento Internacional Slow Food, por meio do Convívio Grande ABC São Paulo.

O engenheiro agrônomo da Craisa Fábio Vezzá De Benedetto explica a diferença dos alimentos orgânicos. “Vai muito além de não ter agrotóxicos. Também não contêm adubo químico nem veneno. Essas condições respeitam não somente o consumidor, como o meio ambiente e o próprio agricultor, que precisa ter certificação para comercializar esse tipo de produto.”

Entre os itens que serão vendidos, os moradores da região encontrarão ovos, cereais, laticínios, farinhas, pães e sucos, sem contar legumes, verduras e frutas da época. “Amanhã vai ser difícil encontrar morango, por exemplo, que não é típico do verão. Por não contarem com resíduos que agilizam o cultivo, as plantações respeitam o clima de cada alimento na hora da produção”, justifica Benedetto.

Por se tratar de produtos diferenciados, o preço também pode não se assemelhar ao das feiras livres tradicionais. Algumas mercadorias podem custar até 30% a mais. “Mas isso varia muito. Verduras, por exemplo, podem ser encontradas com preços bastante competitivos em relação ao mercado comum, mas contendo qualidade muito superior”, afirma o engenheiro agrônomo.

NOVIDADE

No Estado de São Paulo, essa é a primeira feira orgânica a ser realizada dentro de um centro de compras. A ideia, de acordo com o gerente geral do Atrium, Rodrigo Vitali, é atrair a comunidade local e oferecer mais um serviço diferenciado à população. “Além de abranger um tema atual, que é o consumo de produtos orgânicos, a segurança e conforto que a feira no shopping oferece são diferenciais a serem levados em conta.”

Para o gerente, a infraestrutura de um shopping somada à utilidade de uma feira são pontos positivos da nova atração. Além de despertar a curiosidade e o interesse dos consumidores, o centro de compras também vai lucrar. Apesar de não divulgar quanto será pago pelo espaço cedido, o preço médio do aluguel para esse tipo de evento fica entre R$ 8.000 e R$ 20 mil.

A feira acontecerá no primeiro piso, todos os sábados, a partir das 10h, com previsão de término às 15h, ou enquanto durarem os produtos. Serão 40 metros quadrados destinados ao mercado, que terá de dez a 12 barracas.

INAUGURAÇÃO

Amanhã haverá palestra com degustação dos produtos orgânicos, ministrada pela chef de cozinha e educadora alimentar Ana Maria Ruiz Tomazoni, fundadora da Escola de Gastronomia Sabor & Saber e representante do Slow Food Convívio Grande ABC São Paulo.

Também será instalada pela Craisa uma horta educativa, ao lado da feira, com hortaliças em diversas fases de seu desenvolvimento, para despertar atenção de quem estiver passando pelo shopping em plantar. Além disso, os visitantes que consumirem na feira orgânica ganharão uma sacola ecológica. Para quem for de carro, o estacionamento custará R$ 5 para cinco horas de uso.

OUTRAS INICIATIVAS

Na região, esse tipo de feira, em que se pratica agricultura ecologicamente correta, já acontece em Santo André, com os mesmos produtores que comercializarão no shopping, mas em dias e locais diferentes, às quintas-feiras no Paço Municipal e às terças-feiras na Craisa, ambas das 16h às 20h.

Além dessas, as sete cidades contam com outras 202 feiras livres, sendo 190 diurnas e 12 noturnas. Uma delas, inclusive, acontece no estacionamento do Shopping Metrópole, em São Bernardo, às terças-feiras, das 17h às 21h.