A Justiça pode decidir nesta semana se permite a volta da negociação entre as petroquímicas Braskem e a Quattor - esta última que tem fábricas no Grande ABC -, para a fusão entre ambas, que poderia resultar numa gigante com receita líquida de quase R$ 22 bilhões ao ano.

Na última reunião do ano, que será realizada amanhã, a 16ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro pode derrubar a liminar concedida à acionista do grupo Vila Velha (dono da Unipar, que controla a Quattor) Joanita Soares de Sampaio Geyer, que solicitou a interrupção das conversas entre as empresas.

Há dois meses, o desembargador Cleber Ghelfenstein, do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), confirmou decisão favorável à liminar - concedida na semana anterior por outro desembargador do TJ-RJ - que suspendeu qualquer negociação para eventual acordo de fusão entre as companhias. A liminar foi concedida sob a justificativa de que a operação societária estaria em vias de ocorrer, "com a alienação da sociedade Quattor Petroquímica para sua principal concorrente, a Braskem", sem que Joanita tenha conhecimento da operação.

PLÁSTICO VERDE - Maior petroquímica da América Latina, a Braskem anunciou ontem a formação de parceria em pesquisa com a Novozymes, líder mundial na produção de enzimas industriais, para desenvolvimento de polipropileno (um tipo de resina plástica) feito a partir de cana-de-açúcar.

Segundo o presidente da petroquímica, Bernardo Grandin, o trabalho em conjunto permitirá impulsionar o desenvolvimento da tecnologia, para que a companhia se consolide na primeira posição mundial em polímeros verdes.

O polipropileno é um plástico utilizado em diversos segmentos: serve para produzir desde recipientes para alimentos, canudos para bebidas e garrafas até componentes de máquinas de lavar e geladeira, mobiliário e para-choques de carros. É a segunda resina termoplástica mais utilizada, com consumo global, em 2008, de 44 milhões de toneladas. O mercado é estimado em US$ 66 bilhões, com crescimento anual de 4%.