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Lula dá entrevista ao jornal americano Washington Post
Do Diário OnLine
02/11/2002 | 13:49
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Um entrevista do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será publicada na edição deste domingo do jornal americano Washington Post, cujos exemplares já estão nas bancas neste sábado. Lula conversou com o repórter Lally Weymouth dois dias após sua vitória, e deixou claro que honrará contratos assinados.

“Lula nasceu na pobreza extrema e não passou da educação elementar, mas cresceu para se tornar um líder sindical e fundador do Partido dos Trabalhadores. Depois de perder três eleições, ele baixou o tom de suas credenciais de esquerdista e prometeu manter a disciplina fiscal do presidente Fernando Henrique. Investidores americanos imaginam se o passo de Lula rumo ao centro é sincero ou só uma tática”, diz a reportagem.

Acabar com a pobreza e a fome foram os itens citados por Lula como metas de governo. Em resposta à questão de como gerar os empregos prometidos durante a campanha, o petista afirmou que a situação econômica do Brasil hoje não é um agravante, já que "não é necessário muito dinheiro público", disse ao jornal.

"Quero iniciar minha administração abrindo cooperativas de crédito para os que quiserem participar. Quero dar incentivos para grupos de trabalhados organizados desenvolverem seus próprios fundos de pensão. As políticas sociais de meu governo serão executadas em conjunto com organizações não-governamentais, com a Igreja Católica e com as igrejas evangélicas", explicou Lula.

Sobre nomeações, o presidente eleito disse acreditar que nunca um país sofreu tanta pressão durante o período eleitoral para anunciar o nome do presidente do Banco Central. Afirmou também não cederá às pressões internacionais e internas para revelar o nome. Com relação à instabilidade econômica, Lula foi enfático: "pode dizer aos investidores americanos e ao povo americano que cumpriremos todos os contratos que o governo brasileiro assinou".

Indagado sobre a crítica que o PT sempre fez à Área de Livre Comércio das Américas (Alca), Lula disse ser a favor de uma política de livre comércio, já que o Brasil precisa garantir oportunidades iguais para os países participantes. O modelo que me atrai é o da União Européia porque primeiro começaram a construir instituições multilaterais para que pudesse ser criado um único Banco Central e uma moeda única.

O possível ataque dos EUA ao Iraque também foi tema de perguntas. Lula não afirmou categoricamente que apóis um ataque, disse apenas que é um "homem de paz" e que tudo depende da resolução ser ou não aprovada pela ONU (Organização das Nações Unidas).




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