A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Sanguessugas resolveu adiar para a próxima terça-feira o depoimento de Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha de Aloizio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo e acusado de participação no escândalo da tentativa de compra de um dossiê que ligaria políticos do PSDB com a ‘máfia das ambulâncias’.

No mesmo dia, prestará depoimento o advogado Gedimar Passos, flagrado ao lado do ex-petista Valdebran Padilha em um hotel de São Paulo com R$ 1,7 milhão no dia 15 de setembro, dinheiro que seria utilizado para adquirir os documentos anti-tucanos.

Lacerda, ex-vereador de São Caetano, é apontado pela PF (Polícia Federal) como o homem que entregou as malas de dinheiro para Padilha e Passos. A situação dele é bastante complicada, pois além de ter sido flagrado por câmeras do circuito interno do hotel Íbis carregando a mala onde supostamente estaria o montante para comprar o dossiê, um cruzamento de informações feito pela PF  revelou que, momentos depois de passear pelos corredores do hotel, no dia 13 de setembro, ele manteve contato por telefone com Jorge Lorenzetti, ex-analista de risco e mídia da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e apontado como o mentor da trama.

Dois dias depois, em 15 de setembro, os ex-petistas Valdebran Padilha e Gedimar Passos foram detidos neste mesmo hotel da capital paulista com a quantia. Segundo o sub-relator da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Sanguessugas, deputado Carlos Sampaio (PSDB), essa nova informação deixa claro que eles estavam negociando o dinheiro do dossiê.