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Prensas Schuler diversifica mercados
Por Fabrício Migues
Do Diário do Grande ABC
10/03/2007 | 20:26
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A Prensas Schuler, em Diadema, foi notícia nessa semana por ter recebido a visita do Presidente da Alemanha, Horst Köhler. Foi a primeira vez nos 42 anos da empresa que um chefe de Estado do país de origem esteve na unidade do Grande ABC.

A empresa exporta 57% de sua produção atual e tem toda a capacidade voltada para o setor automobilístico. O presidente da Schuler do Brasil, Paulo Tonicelli, conversou com o Diário sobre os planos da companhia para driblar a desvalorização do dólar e para a ampliação dos negócios neste ano.

DIÁRIO - A Schuler exporta 57% da produção. Como o senhor pretende trabalhar frente à desvalorização do dólar para manter o faturamento sem afetar a produtividade?

PAULO TONICELLI - De fato, 57% da nossa produção no ano passado foi para exportação. Esse número já foi maior. Nos últimos três anos, a média para exportar foi de 80% da nossa produção. Para sobreviver a esse cenário, a Schuler está procurando investir no mercado interno e diversificar os produtos. Estamos preparando novas tecnologias e produtos diferenciados. Isso faz parte da reestruturação que aconteceu em outubro do ano passado.

DIÁRIO - Que reestruturação?

TONICELLI - Nós transformamos a Schuler em quatro unidades de negócios. A primeira é voltada para a produção de prensas para o setor automobilístico. Avaliamos caso a caso e produzimos de acordo com as necessidades da montadora. A segunda é a produção de prensas standard. Elas são pré-definidas e vendidas já prontas. A terceira é voltada para os serviços e soluções para estamparias. Essa unidade é para aproveitar o máximo do potencial da indústria automobilística, que tem crescido e quebrado recordes de vendas e produção nos últimos anos no Brasil. A quarta é para os equipamentos de energia. O governo vai investir no segmento nos próximos anos e queremos aproveitar esse mercado, principalmente a energia eólica, uma novidade recente.

DIÁRIO - Por que vocês estão investindo em outros setores, além do automobilístico?

TONICELLI - A idéia é depender menos da indústria automobilística, principalmente depois da crise financeira que as grandes montadoras viveram nos Estados Unidos em 2006, com demissões e prejuízos (além de redução de produção). Tanto a GM, quanto a Ford e a Chrysler estão em processo de reestruturação e vêm enfrentando problemas. Assim, quando isso acontece, temos saída para não sofrer com essas crises.

DIÁRIO - A Schuler fornece para quais montadoras no Brasil?

TONICELLI - Praticamente todas. Fechamos recentemente contrato com as montadoras japonesas, como a Honda, tanto automóveis quanto motos, e suas fornecedoras. É muito importante para uma empresa alemã ter os japoneses como clientes.

DIÁRIO - Por que?

TONICELLI - É uma oportunidade de troca de tecnologias e de negócios sem precisar atravessar o mundo. Aproveitamos que estamos todos aqui no mesmo País, falando a mesma língua e próximos uns dos outros para firmar essa parceria. Isso é bem vantajoso.

DIÁRIO - Como o senhor avalia a visita do presidente Horst Köhler à unidade da Schuler?

TONICELLI - A visita foi muito importante para nós, mesmo porque 100% dos nossos acionistas são alemães. Foi uma excelente oportunidade para mostrar tudo o que produzimos aqui, além dos nossos projetos voltados para a responsabilidade social.

DIÁRIO - Por que o presidente escolheu a Schuler? Afinal, há tantas empresas alemãs instaladas no Brasil...

TONICELLI - Antes dele vir, o consulado da Alemanha avaliou várias empresas aqui, inclusive maiores e mais significativas do que a nossa. Só que eles gostaram muito dos trabalhos sociais que fazemos aqui. Daí surgiu a idéia de visitarem a Schuler.

DIÁRIO - Essa visita motiva mais para a continuade dos projetos?

TONICELLI - Os projetos sociais iriam continuar de qualquer jeito. Lógico que é sempre ótimo receber um chefe de Estado, mas os programas trazem benefícios para os trabalhadores e para comunidade e ajudam a motivar os funcionários. São idéias originais.



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