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Grupo radical decreta cessar-fogo unilateral
Da AFP
22/05/2007 | 13:04
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Uma trégua interrompeu nesta terça-feira os combates ao redor do campo palestino de Nahr al-Bared, na região norte do Líbano, entre o Exército e os radicais do grupo Fatah al-Islam, que anunciaram um cessar-fogo unilateral, recebido com desconfiança pelos militares.

Os três dias de combates, que deixaram 65 mortos, foram os mais sangrentos desde o fim da guerra civil no Líbano (1975-1990).

"Nós anunciamos que estamos dispostos a respeitar um cessar-fogo a partir das 14h30 (8H30 de Brasília) desta terça-feira. Nós esperamos que o Exército libanês aceite nossa oferta para ajudar a acabar com o sofrimento dos civis em Nahr al-Bared", afirmou o porta-voz do Fatah al-Islam, Abu Salim Taha.

"Se persistirem os bombardeios do Exército, aguardaremos em um primeiro momento, mas se continuarem responderemos", advertiu.

Os combates cessaram por volta do meio-dia na região de Nahr al-Bared.

"Queremos acabar com o calvário dos civis do campo, que está sendo bombardeado pelo Exército, e acabar com uma batalha que não escolhemos e para a qual fomos arrastados", disse Abu Salim.

No entanto, o Exército libanês advertiu que prosseguirá com os disparos contra elementos armados que estão mobilizados dentro do campo, para que não atinjam civis.

"Nós não estamos dispostos a anunciar acordos, já que desde o início o Exército respeita o cessar-fogo e nossos soldados não fazem mais que responder aos tiros contra eles", afirmou um porta-voz.

Saúde - Desde segunda-feira, médicos e dirigentes palestinos advertiam para a gravidade da situação humanitária em Nahr al-Bared, um dos campos palestinos mais povoados dos 12 que existem no Líbano, com 30 mil refugiados.

As tentativas de negociar uma trégua envolvem representantes palestinos oficiais no Líbano, que condenam a presença de islamitas em Nahr al-Bared, assim como o primeiro-ministro libanês Fuad Siniora.

O Fatah al-Islam - integrado por palestinos, libaneses, sírios e outros cidadãos árabes - se instalou em Nahr al-Bared, perto da fronteira com a Síria, no final de 2006.

O Exército libanês acusa o grupo sunita de ser utilizado pelos serviços de inteligência sírios para tentar desestabilizar o Líbano, além de vínculos com a rede terrorista Al Qaeda.

Nesta terça-feira, o ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Muallem, negou qualquer vínculo entre seu país e o Fatah al-Islam.

A onda de violência aumenta os temores sobre a estabilidade do Líbano, que está em uma profunda crise política relacionada ao projeto de tribunal internacional para julgar os assassinos do ex-premier Rafic Hariri, morto em 2005 em uma ação da qual se suspeita da participação da Síria.




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