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Santos vence e ruma ao topo do mundo

Alvinegro bate Kashiwa Reysol e disputa título do Mundial de Clubes da Fifa com vencedor de Barcelona x Al-Sadd

Por Marco Borba
Do Diário do Grande ABC
15/12/2011 | 07:30
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Fim da linha para os japoneses, e começo da festa santista. Mesmo com falhas defensivas, o Peixe venceu o Kashiwa Reysol por 3 a 1, ontem, no Toyota Stadim, em Nagoya, e garantiu vaga na final do Mundial de Clubes da Fifa, no domingo. O adversário sai do duelo de hoje (8h30 de Brasília) entre Barcelona e Al-Sadd. O Santos jogará a decisão no Yokohama Stadium, palco do pentacampeonato da Seleção, em 2002.

Novamente a Jóia santista foi decisiva e, em apenas 19 minutos, abriu as portas para a vitória. Paulo Henrique Ganso correspondeu às expectativas e comandou com discrição e maestria as principais jogadas ofensivas dos brasileiros.

Com forte marcação no meio e resguardado na esquerda, com Arouca ajudando Durval não marcação - o zagueiro atuou improvisado no lugar de Léo, que se recupera de contusão -, o Santos anulou as ações de Leandro Domingues e Kudo, orientados por Nelsinho Baptista a ocuparem aquela faixa do campo. No entanto, o time apresentou falhas defensivas e só não foi castigado pela baixa qualidade técnica dos atacantes japoneses.

Embora tenha apanhado um pouco no início da partida, Neymar seguiu se deslocando de um lado a outro para abrir espaços e, aos 19 minutos, recebeu de Ganso, deixou um adversário no chão e bateu com o pé esquerdo no canto direito de Sugeno (1 a 0). Quatro minutos depois, Borges ampliou em chute da entrada da área.

O Kashiwa só correu atrás da bola na primeira etapa e levou perigo aos 36 minutos, em chute de Jorge Wagner travado por Danilo.

Na etapa final, os japoneses diminuíram com Sakai escorando cobrança de escanteio (2 a 1). A zaga santista não saiu do chão.

Assim que o Peixe sofreu o gol, Muricy Ramalho sacou Elano, que está sem ritmo de jogo, e colocou Alan Kardec.

Pouca coisa mudou, porque os japoneses começaram a pressionar, e a defesa do Peixe mostrou falhas e levou susto com duas bolas na trave. Só que a qualidade brasileira fez a diferença nos minutos finais e Danilo fechou a contagem cobrando falta.

Irritado, Muricy admite que defesa precisa ser mais eficiente

O mau humor acompanhou Muricy Ramalho ao Japão. Com cara de poucos amigos, o treinador mostrou irritação ao ser questionado sobre as falhas defensivas apresentadas pelo Santos.

"Vocês (jornalistas) são engraçados. No Brasil, se dá ênfase à defesa, criticam. Se prioriza o lado ofensivo, também", resmungou. Depois, se deu por vencido quando mais uma vez foi perguntado sobre sua defesa, admitiu que o setor precisa ajustes em eventual confronto com o Barcelona. "Com certeza, se pegarmos o Barcelona devemos marcar diferente."

Muricy Ramalho disse não ter ficado surpreso com as ameaças criadas pelo Kashiwa, sobretudo pelo lado esquerdo da defesa santista. "Por que surpreso? É um time organizado. Não é campeão japonês por acaso. Sabíamos que eles têm jogada forte por aquele lado."

O treinador brasileiro foi evasivo ao ser perguntado se tirou Elano no início do segundo tempo por não estar satisfeito com a atuação do jogador ou se o mesmo havia sentido alguma contusão. "Ele não sentiu nada e estará no próximo jogo."

Perguntado sobre se teria pedido para sair por não estar aguentando o ritmo, já que volta de contusão e está sem ritmo, Elano negou. "Fiz o que o Muricy pediu. Não senti cansaço."

Lembrado que o Reysol teve mais posse de bola que o Santos e que o Barcelona também costuma ficar mais tempo com a bola que os adversários, o meia disse que isso não preocupa o Santos. "Vamos nos preparar diante das condições que eles oferecem. O Barcelona é o melhor time do mundo, mas temos condições de vencê-lo." (com Agências)

 

Torcida sofre, mas confia no título mundial

A torcida santista sofreu enquanto acompanhava, via TV, o duelo com o Kashiwa Reysol, pelas semifinais do Mundial de Clubes da Fifa, no Japão. Apreensivos, os torcedores roíam as unhas e gesticulavam exaustivamente a cada lance da partida, em padaria localizada no Centro de Santo André.

A vitória por 3 a 1 sobre os japoneses veio com folga, mas não colocou o Santos como favorito para disputar a decisão do torneio no domingo.

"Acho que temos de pensar com cuidado no Barcelona. Não tivemos boa partida contra o Kashiwa. Mas vai dar Peixe. Vamos vencer a final por 2 a 1, com gol do (volante) Arouca no fim", disse Luis Narciso dos Santos Júnior, 33, professor de Química, que gosta de destacar o fato de ter ‘Santos' em seu nome.

Seu amigo, o professor de Educação Física Rogério Pereira de Souza, 31, analisou os erros do Peixe na partida, que deixaram o clube nipônico próximo do empate no segundo tempo.

"Estivemos relativamente bem do meio para a frente. Mas falhamos na marcação no meio-campo. Só que, quando a bola cai no pé do Neymar ou do Borges, fica fácil para o Santos", comentou.

Apesar das dificuldades, o torcedor acredita na conquista do título. "Vamos ver como será contra o Barcelona. Eles nunca enfrentaram escola sul-americana (na verdade, o clube catalão já disputou três decisões contra sul-americanos e venceu apenas uma), por isso terão dificuldades. Os espanhóis marcam bem do meio-campo para a frente. Quando a bola passa por ali, pela intermediária, eles têm dificuldades, principalmente com o Puyol. O Neymar vai complicar bastante. A primeira bola que ele pegou, colocou no ângulo", disse Rogério, que arriscou palpite semelhante ao do amigo. "Será 2 a 1 contra o Barcelona, gols de Neymar e Borges", previu. (Thiago Bassan)

 

Barcelona promete show na semifinal do Mundial da Fifa

Hoje é dia de show do Barcelona. Mais um. Pelo menos foi o que prometeu o técnico Pep Guardiola. "Queremos que o público no Japão curta o espetáculo que o Barça apresentará", disse o treinador em entrevista à Fifa antes da estreia do time catalão no Mundial de Clubes, hoje, às 8h30 (horário de Brasília), contra o Al-Sadd, do Catar, em Yokohama.

Embalado pela vitória por 3 a 1 sobre o arquirrival Real Madrid no sábado, a expectativa é que o Barcelona atropele o Al-Sadd. O próprio adversário admite que é praticamente impossível frear os comandados de Guardiola.

O técnico Jorge Fossati é até irônico ao falar sobre as suas chances no jogo. "Eu tenho um plano. Se eles concordarem com o pedido de que o Al-Sadd atue com 15 ou 16 jogadores, acho que teremos alguma chance", brincou.

"O Barcelona tem três ou quatro jogadores que são os diretores da orquestra: Messi, Xavi e Iniesta. Talvez possamos colocar no mesmo nível o Busquets, no meio. Mas se você olha ao redor deles vai encontrar jogadores fantásticos. Para mim, o que não tem sido bem colocado, até agora, é pensar que o Barcelona é só um monte de individualidades. Eles têm um funcionamento de time que é a grande diferença dos demais", elogia Fossati, à espera de um milagre.

A única coisa que pode salvar o campeão asiático de uma goleada hoje é a possível falta de motivação dos jogadores do Barcelona.

Não à toa, Guardiola vem insistindo a cada entrevista que o time não pode perder o foco. "Meu trabalho é fazer com que os jogadores tenham em mente a importância da competição", disse. "Viemos nos divertir, mas sem nos esquecer de nossa vontade de ganhar, é claro."

Essa é a terceira vez que ele disputa o Mundial pelo Barcelona. Em 1992, ainda como jogador, perdeu para o São Paulo. Em 2009, já no comando da equipe, foi campeão após bater o Estudiantes, da Argentina, na final em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos.

Iniesta vê no Mundial a chance de encerrar um ano quase que perfeito para o Barcelona. O time conquistou o Campeonato Espanhol, da Supercopa da Espanha, da Liga dos Campeões da Europa e da Supercopa da Europa. Perdeu apenas um título dos cinco que disputou: a Copa do Rei, justamente para o Real Madrid "Tomara que a gente consiga dar outro título à torcida, seria um fim de ano lindo. Todos passaríamos o Natal mais felizes", disse o meia. (das Agências)

 




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