Economia Titulo Previdência
Inflação dos idosos no Grande ABC atinge 6,58%

Percentual é superior ao registrado para março; plano de saúde é a despesa mais cara

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
14/04/2014 | 07:00
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 Medicamentos, plano de saúde e alimentação. Essas são as despesas prioritárias para as pessoas da terceira idade. Também são os principais fatores que mais fazem os gastos desse grupo serem bem maiores do que os da média das famílias. Desta maneira, sobra menos dinheiro para consumirem produtos e serviços que não são básicos, ainda mais com o aumento da inflação. Na prática, eles têm menor qualidade de vida. Conforme estudo realizado pelo gestor do Inpes-USCS (Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano), Leandro Prearo, com exclusividade para o Diário, a inflação para as residências chefiadas por idosos no Grande ABC, ou seja, com mais de 60 anos, atingiu 6,58% nos 12 meses encerrados em março.

Considerando todas as famílias das sete cidades, afirma Prearo, a variação média de preços dos produtos e serviços foi de 6,41%.

“A manutenção da saúde pesa muito mais para o idoso”, destaca Prearo. “Sem contar que estamos falando de famílias com renda média bem diferenciada.”

Na maioria dos domicílios chefiados por idosos, a formação familiar é de casais, representantes da terceira idade que moram sozinhos ou acompanhados de um ou dois parentes. A renda média mensal dessas residências, na região, é 15% inferior à remuneração média das demais famílias que contam com pessoas da terceira idade, mas não como contribuintes para manter a casa.

Para se ter noção da diferença, enquanto as residências com idosos como chefes da família tinham rendimento médio, em 2013, de R$ 3.644, as que apenas tinham a presença de pessoas com mais de 60 anos tinham renda de R$ 4.318.

Além disso, o poder de compra dos domicílios menos abastados, com chefes da terceira idade, caiu mais, segundo o especialista.

As informações sobre a inflação, apresentadas por Prearo, têm como base dados do IPCA-SP (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – Grande São Paulo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e da Pesquisa Socioeconômica do Inpes-USCS.

 

DETALHAMENTO - As despesas com Saúde são as que mais pesam no orçamento das famílias com chefes idosos, na comparação com os domicílios que apenas contam com uma, ou nenhuma, pessoa da terceira idade. Em média, 19% da renda são destinados a esses gastos, enquanto na média da região, são 10,5%. Esse grupo de produtos e serviços encareceu 7,21% em 12 meses encerrados no fim de março.

Em seguida aparece o grupo alimentação, que compromete 38% da remuneração dos idosos, enquanto para o total das famílias, o índice chega a 36%. A inflação desses itens subiu 8,57%. E, normalmente, acabam pesando mais no orçamento devido aos cuidados com a Saúde, que exigem, muitas vezes, itens mais caros.

 

MENSAL - Em março, período em que os alimentos ditaram a redução do poder de compra por todo o País, a inflação para os idosos do Grande ABC também ficou superior à média das famílias. Os percentuais atingiram, respectivamente, 0,97% e 0,93%.


 




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