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Bagdá sofre um dos bombardeios mais intensos da guerra
Do Diário OnLine
28/03/2003 | 02:23
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Bagdá sofreu no final da noite de quinta-feira e na madrugada desta sexta-feira um dos bombardeios mais violentos desde o início da segunda Guerra do Golfo, há nove dias. A capital iraquiana sofreu três ondas de intensos ataques aéreos e amanheceu, mais uma vez, encoberta por grossas cortinas de fumaça. "Estamos apertando o laço em torno de Saddam Hussein", afirmou à rede CNN o coronel Tom Bright, chefe dos fuzileiros navais dos EUA (Marines) no Comando de Operações do Qatar. "Saddam precisa estar preocupado", disse ainda.

O mais intenso bombardeio ocorreu às 23h locais (17h em Brasília). O Comando Militar Central dos EUA confirmou que mísseis de cruzeiro Tomahawk e bombas lançadas por caças atingiram duas centrais do governo iraquiano, uma de comando e outra de comunicação. O Pentágono e agências internacionais de notícias afirmam que a Central de Telecomunicações (responsável pela operação telefônica do Iraque) e um complexo governamental às margens do rio Tigre (Palácio Presidencial Al Salam) foram atingidos.

O ataque contou ainda com uma bomba GBU-37, conhecida como 'destruidora de bunkers' (pesa mais de duas toneladas). O explosivo tem a capacidade de penetrar em diversas camadas de concreto e destruir instalações subterrâneas.

Por volta da 1h desta sexta-feira (19h de quinta-feira em Brasília), mais bombardeios sacudiram o centro de Bagdá. Por volta das 2h30 (20h30), uma nova onda de ataques violentos tomou conta da capital iraquiana, atingindo principalmente a parte sul. Pelo menos mais seis explosões foram registradas nos arredores de Bagdá pela manhã. Os bombardeios na periferia tem como alvos campos militares da Guarda Republica, a tropa de elite do Exército iraquiano.

Além da periferia sul e do centro de Bagdá, a cidade de Mosul, no norte do país, também foi bombardeada na madrugada desta sexta-feira. O comando do porta-aviões americano Theodore Roosevelt, estacionado no Mar Mediterrâneo, confirmou que 20 caças partiram para assegurar apoio aéreo a aviões de transporte C-17 que seguiram para uma pista de pouso ocupada na véspera por pára-quedistas da 173ª Brigada do Exército americano.

Pentágono não revelou a localização da pista, mas testemunhas curdas afirmam que trata-se do campo de pouso de Harir, localizado 75 km a nordeste de Erbil.

Mosul já havia sido bombardeada na manhã desta quinta-feira, às 6h locais (0h em Brasília). Segundo a TV árabe de notícias Al Jazeera, os bombardeios fizeram "mais de 50 vítimas, entre mortos e feridos". O correspondente da emissora disse que os moradores de Mosul estavam "furiosos", porque, segundo eles, "não havia nenhuma base militar no bairro" bombardeado.

Tempos melhores - As tempestades de areia que praticamente paralisaram por dois dias as tropas americanas a caminho de Bagdá deram uma trégua nesta quinta-feira. A vanguarda de infantaria retomou sua marcha à capital, passando de An Najaf. Não se confirmou a informação de que uma grande coluna da Guarda Republicana havia deixado a capital em direção ao sul para interceptar os americanos. Mesmo assim, espera-se que o tão esperado encontro ocorra em até 48h, nas proximidades da cidade sagrada de Karbala, a pouco mais de 100 km de Bagdá.

No sul, os americanos travaram intensos combates com a resistência iraquiana nas imediações da cidade de Nassiriyah. Doze fuzileiros navais dos EUA desapareceram nas últimas 24h. Onze dos desaparecidos são da 2ª Brigada Expedicionária, lotada em Camp LeJeune (Carolina do Norte).

No norte, guerrilheiros curdos cruzaram a fronteira do Iraque após o desembarque de mil pára-quedistas americanos em um campo de pouso localizado na área de domínio dos rebeldes (quarta-feira à noite). Veículos de guerra, armamentos e suprimentos já foram deslocados para a área. Além de abrir um novo front de batalha, as unidades americanas no norte vão assistir os rebeldes curdos no confronto contra a resistência iraquiana.

Com agências




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