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Assembléias vão definir rumo da greve na Volkswagen
Eric Fujita
Do Diário do Grande ABC
10/10/2005 | 08:26
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Cerca de 18,5 mil metalúrgicos da Volkswagen deverão participar das assembléias programadas para esta segunda nas três fábricas no Estado – São Bernardo, Taubaté e São Carlos – para definir os rumos da greve por tempo indeterminado na montadora. A paralisação ocorre em razão do impasse nas negociações sobre a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) para 2005.

A categoria deverá decidir como o movimento será organizado, caso a empresa não apresente uma nova proposta. Não estão descartadas ocupações ou bloqueios na entrada dos funcionários para manter o movimento grevista e conquistar a reivindicação.

Os funcionários da companhia decidiram manter a greve depois de rejeitarem a proposta da Volkswagen, de uma PLR de R$ 5 mil, condicionada a uma meta de produção de 212 mil carros neste ano nas duas fábricas de veículos – São Bernardo e Taubaté. Os metalúrgicos reduziram o valor de R$ 5,5 mil para R$ 5.150 na mesa de negociação, e exigiam a redução do patamar de produção, alegando que o objetivo da empresa está longe da realidade.

"Também queremos negociar os dias parados para recuperar a produção. Sem isso, nunca conseguiremos atingir a meta, e esse valor oferecido não será pago na totalidade aos trabalhadores", salientou o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à CUT), Francisco Duarte de Lima, o Alemão. Em entrevista na última semana, o gerente corporativo de Relações Trabalhistas da Volkswagen, Nilton Júnior, informou que essa é a proposta final da montadora.

A greve na Volkswagen começou no último dia 29 em São Bernardo e depois recebeu a adesão dos funcionários da fábrica de motores de São Carlos e da unidade de Taubaté, onde a produção parou antes do início do movimento por falta de peças estampadas fornecidas pelo complexo industrial do Grande ABC. Nesses dois locais, a paralisação começou nos dias 3 e 4, respectivamente.

Desde o início do movimento grevista, a montadora deixou de produzir 11 mil veículos e 7,5 mil motores até a última sexta-feira. Com a suspensão da produção de motores em São Carlos, a fábrica de São José dos Pinhais (PR) corre o risco de sofrer nesta segunda a interrupção da montagem de veículos.

Por conta desse desabastecimento, a Volkswagen concedeu folga aos trabalhadores da unidade paranaense na quinta e sexta-feira passadas. Lá são fabricados 810 veículos por dia dos modelos Golf e a linha Fox destinada para o mercado interno.




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