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UBSs da região do Grande ABC não têm camisinhas femininas
Deborah Moreira
Do Diário do Grande ABC
26/12/2009 | 07:00
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Não existem camisinhas femininas nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) do Grande ABC. O Diário visitou sete postos, um em cada cidade, e nenhum deles possuía o preservativo - somente os masculinos são distribuídos. E mais. Das sete farmácias pesquisadas, também uma em cada município, apenas uma loja, no bairro Jardim, em Santo André, vendia o modelo para mulheres.

O preservativo feminino é um dos métodos mais eficazes de proteção contra a Aids, outras DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e gravidez.

"A camisinha feminina tem a mesma eficácia da masculina para (o combate à) Aids. Para as DSTs, a proteção é ainda maior, já que (o preservativo) protege toda a vagina", declarou o ginecologista Rodolfo Strufaldi, coordenador do Caism (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher).

Segundo Strufaldi, muitas mulheres chegam em seu consultório em busca de informação. "Se houvesse maior divulgação, como aconteceu com a camisinha masculina (na década de 1990), menor preço e disponibilidade no serviço público, (o preservativo feminino) teria maior adesão", afirmou o ginecologista.

O preço encontrado da caixa com duas unidades da camisinha feminina foi de R$ 14,87. O valor médio dos preservativos masculinos, em embalagens com três unidades, é de R$ 2,27.

Mulheres que usaram e usam o preservativo feminino atestam sua eficácia e o recomendam. "No começo é como um absorvente interno. Ficamos um pouco inseguras, mas, logo depois, pegamos o jeito", disse a psicóloga Karla Rampim Xavier, 27 anos, moradora de Santo André.

Ela contou que experimentou a camisinha feminina há seis anos e que a usa até hoje com o marido, alternando com a masculina.

Já a ajudante geral Edna Maria da Silva, 28, adotou a camisinha como método anticoncepcional. Casada há 13 anos, e mãe de três filhos, ela conheceu o preservativo em uma palestra. "Uma amiga que trabalhava em São Paulo me trazia sempre. Meu marido achou bem melhor, porque ele não gosta da masculina", relatou Edna.




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