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Escola ignora aluno que quebrou pulso
Por Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
03/12/2010 | 07:08
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A desempregada Adriana Stucchi levou um susto quando o filho Nicolas Silva Stucchi, de 8 anos, chegou da escola com o braço roxo e inchado. O menino tomou uma bolada durante a aula de Educação Física na Escola Estadual Professora Maria Pastana Menato, no bairro Santa Luzia, em Ribeirão Pires, quebrou o pulso e não recebeu socorro. O motivo: os professores e funcionários da instituição não perceberam a gravidade do acidente.

Como se não bastasse, o pulso de Nicolas só foi engessado quase 12 horas após o acidente e depois de passar por dois hospitais. "É um absurdo. Meu filho ficou muito tempo sentindo dor e a escola sequer me avisou", reclamou a mãe.

O menino estuda no período da tarde. Por volta das 13h de quarta-feira, foi para a escola e seguiu direto para a Educação Física. Na quadra, jogava futebol como goleiro quando um menino mais velho entrou em campo e chutou a bola em sua direção. "O chute foi forte e doeu", disse Nicolas.

A criança diz ter procurado a professora para relatar o problema, mas ela teria dito apenas "isso não é nada". A Secretaria de Estado da Educação afirmou que o aluno não se queixou enquanto estava na escola e fez as atividades normalmente, por isso não foi atendido.

Nicolas só chegou em casa por volta das 17h30, com o pulso dolorido e visivelmente machucado, conforme o relato da mãe. "Fiquei desesperada e fui correndo com ele para o Hospital São Lucas", afirmou Adriana.

 

DEMORA

A mãe garantiu ter chegado no hospital por volta das 18h. O menino foi submetido a exame de raios X, que constatou fratura no local. "Foi aí que o meu desespero aumentou. Disseram para a gente que o hospital não tinha técnico em gesso, e que o ortopedista só trabalhava até 15h. Nos indicaram o Nardini e fomos para lá", relatou.

No hospital de Mauá, Adriana foi informada que os dois médicos ortopedistas estavam em cirurgia e que ela precisaria esperar. "Só atenderam meu filho depois de quatro horas. Na hora em que colocaram o gesso, ele chorou de dor", lamentou. Nicolas foi medicado no hospital de Ribeirão Pires, mas a mãe acredita que o efeito do remédio passou depois de tanto tempo aguardando por atendimento. "Vou registrar boletim de ocorrência contra a escola e os hospitais. Isso não pode ficar assim, o Nicolas sofreu muito", reclamou.

 

FÉRIAS

Adriana esteve ontem na escola estadual em que seu filho estuda e disse ter sido tratada de maneira ‘estranha'. "Eles disseram que adiantariam as férias do meu filho, mas não podem fazer isso. Tenho medo que ele perca o ano", afirmou.

A Secretaria de Estado da Educação afirmou ao Diário que uma equipe da Diretoria de Ensino de Mauá iria apurar a ocorrência na escola entre ontem e hoje. Quanto a adiantar as férias escolares de Nicolas, a assessoria de imprensa da Pasta garantiu que a informação não procede. Segundo a secretaria, o aluno poderá continuar assistindo as aulas, ou terá o direito de fazer as lições em casa se não puder comparecer à escola.

As prefeituras de Ribeirão Pires e de Mauá, responsáveis pelos hospitais públicos em que Adriana esteve, não responderam sobre a demora nos atendimentos.

 

 




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