Embora reorganização tenha sido transferida
para 2017, alunos têm outras reivindicações
Sete escolas da região continuam ocupadas por estudantes, embora a reorganização da rede estadual tenha sido suspensa pela Secretaria da Educação do Estado até 2017. Os resistentes, que estão em 57 unidades de todo o Estado, pedem o cancelamento do plano, que prevê a transferência de 311 mil alunos e o fechamento de 94 escolas, sendo seis no Grande ABC, além da reversão das transferências já realizadas como garantia de que permanecerão na mesma instituição no próximo ano.
O Grande ABC chegou a ter 25 unidades em poder dos jovens, número que foi baixando após publicação do decreto que adiou a reorganização, no dia 5. Ainda permanecem ocupadas a EE Diadema, a primeira do Estado a aderir ao movimento, no dia 9 de novembro, a EE Américo Brasiliense, EE Professora Clotilde Peluzo, EE Professor Oscavo de Paula e Silva, EE Parque Marajoara 2 e EE Wanda Bento Gonçalves, em Santo André, além da EE Professora Maria Osório Teixeira, em Mauá.
“Estamos iniciando diálogo com a direção da escola e com a diretoria de ensino. Definimos o calendário de reposição de aulas, que vai ser praticamente janeiro todo, e aguardando a reversão das transferências”, destaca a jovem Camila Garcia, 17 anos, aluna do 1º ano do Ensino Médio da EE Professor Oscavo de Paula e Silva. A unidade chegou a ser desocupada pelos alunos na semana passada, mas os jovens retomaram o movimento em busca de garantias de que permanecerão na mesma escola em 2016.
Na sexta-feira, representantes das unidades ocupadas em todo o Estado farão mais uma reunião geral para definir os rumos do movimento, que chegou a mobilizar 200 instituições de ensino paulistas. “Entendemos que a resistência é mais difícil agora, mas sabemos que há outros métodos de luta pela Educação e contra o fechamento das unidades. O comando das escolas ocupadas vai continuar com a mobilização, mesmo após desocuparmos as unidades”, ressalta a estudante do 2º ano da EE Diadema Fermanda Freitas, 17.
A promessa do governador Geraldo Alckmin (PSDB) é que o plano será discutido ao longo de 2016 junto com os alunos, professores e pais. O recuo do Estado culminou com a saída do secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, do cargo na mesma data do pronunciamento oficial, no dia 4. A expectativa é que o nome do novo gestor da Pasta seja anunciado até o fim da semana.
O projeto prevê a distribuição de alunos nas escolas de acordo com o ciclo de aprendizado: 1º ao 5º ano (crianças com idade entre 6 e 10 anos), 6º ao 9º ano (11 a 14 anos) e Ensino Médio (15 a 18 anos).
Início do ano letivo foi adiado em duas semanas em 2016
A Secretaria Estadual da Educação adiou o início do ano letivo em 2016 em duas semanas. O primeiro dia de aula, programado para 1º de fevereiro, foi postergado para o dia 15 do mesmo mês em virtude das mudanças necessárias com a suspensão da reorganização do ensino. Além disso, a Pasta destacou que a reposição de aulas nas unidades que foram ocupadas (200 em todo o Estado e 25 no Grande ABC) poderá ocorrer até janeiro.
Conforme o Estado, as diretorias de ensino precisam de tempo para adequar as matrículas dos jovens, adaptar a logística de merenda, transporte e kit escolar, entre outros. A consulta das matrículas por parte dos pais e estudantes poderá ser feita pela internet a partir do dia 5 de janeiro, no portal da Secretaria da Educação.
Além disso, foi definido novo período de transferência dos estudantes – entre 5 e 11 de janeiro. A consulta para saber se a transferência foi efetivada na escola requerida poderá ser feita a partir do dia 22 de janeiro.
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