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Na luta pelo título mundial do surfe, Filipinho tenta realizar sonho de criança
15/12/2015 | 07:00
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Filipe Toledo fez uma temporada no Circuito Mundial de Surfe impressionante e já está na terceira fase do Pipe Masters, que nesta terça-feira deve ser reiniciado pois a previsão de ondulação é otimista. Com apenas 20 anos, ele chegou ao Havaí disputando cabeça a cabeça o título e desde cedo ele sonha com o grande momento. Quem revela é o próprio pai do atleta, Ricardinho Toledo, ex-surfista profissional.

"O tempo passa muito rápido. Lembro de quando ele era garotinho, por volta de cinco anos e meio, ele virou para mim e disse que queria ser campeão mundial, que queria entrar para a elite do surfe, e eu dei um sorriso, falei que sim, mas dentro de mim eu ri, não de uma forma sarcástica, mas por ele ser tão novo e sonhar com isso, sabendo que era algo que estava muito longe", revela o pai.

Ricardinho sofre a cada remada do filho, a cada bateria. Na areia ou no palanque da organização do Pipe Masters, ele é um show à parte. "Agora me vejo aqui hoje, ele no terceiro ano como atleta profissional no Circuito Mundial, entrou muito cedo na elite dos melhores, e já está disputando o título mundial e com chances de ser o mais novo campeão da história. Isso realmente está sendo inexplicável e é uma satisfação muito grande", explica.

Assim como Gabriel Medina e Adriano de Souza, outros brasileiros que chegaram ao Havaí lutando pelo título mundial, Filipinho se apoia muito na família para colher os frutos. O pai Ricardinho se reveza na função de técnico e de gerenciamento de carreira do garoto. Nas viagens, até faz a comida para o filho e para outros atletas que costumam ficar na mesma casa. "A gente faz de tudo para poder dar essa tranquilidade para ele, esse é o objetivo de todo técnico ou manager, que é deixar o surfista pegando onda e fazendo só o que tem de fazer. Os bastidores ficam por conta do pessoal que assessora, e eu sou o pessoal que assessora", afirma.

O talento de Filipinho é nítido e ele está aos poucos deixando para trás a fama de ser especialista apenas em aéreos para mostrar que é bom também em ondas pesadas, em qualquer tipo de mar. Humilde, o garoto garante que ainda não é melhor que o pai. "Às vezes fazemos umas baterias na família e ele sempre me dá um couro na gente", brinca o surfista.

Mas Ricardinho sabe que não é bem assim. "Sem dúvida nenhuma ele me superou. Claro que foram épocas diferentes, o surfe no meu tempo era encarado de uma forma mais solta por algumas pessoas, outros viam como confraternização, de curtição, mas ele foi tomando uma outra cara, o surfista hoje é um atleta de elite. É natural que ele tenha me superado, mesmo porque minha carreira, apesar de ter sido longa, foi em uma época completamente diferente e muito mais difícil", conclui Ricardinho, que vai continuar na torcida pelo filho talentoso.

Se nesta terça realmente a organização optar por iniciar a terceira fase da competição, nesse dia poderá sair o campeão caso alguns candidatos ao título sejam eliminados precocemente. Ainda estão na briga os brasileiros Filipe Toledo, Adriano de Souza e Gabriel Medina, e os australianos Mick Fanning e Julian Wilson. No total, faltam mais 27 baterias para terminar a etapa. Ou seja, um dia e meio com boas ondas é suficiente.




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