Setecidades Titulo
Baixa no banco de sangue causa temor
Willian Novaes
Do Diário do Grande ABC
15/12/2009 | 07:58
Compartilhar notícia


Aos 80 anos, Johnny Alf, um dos mitos da música popular brasileira, precisa de voluntários que doem sangue. Ele é um entre tantos que sofrem com a queda no número de doadores na época de férias escolares. O músico, compositor e instrumentalista, cujo nome verdadeiro é Alfredo José da Silva, fez na semana passada uma sessão de hemodiálise no Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, onde foram necessárias quatro bolsas de sangue. A falta de doadores pode vir a comprometer o tratamento dele e de outros pacientes.

A auxiliar de enfermagem Daniela Lambert, 32, acabou de viver um drama parecido com o da família de Alf. A mãe dela passou por cirurgia no mês passado e Daniela teve de procurar por doadores. "Precisava trazer 20 pessoas, mas com muita luta trouxe apenas dez. Todo mundo tem que ter consciência que essa ajuda pode ser fundamental para um tratamento. A gente sempre acha que essas coisas acontecem apenas na casa do vizinho."

MAIS ACIDENTES - "As pessoas precisam parar de ter medo. A doação é rápida e segura. Nesta época de festas é quando sobem os números de acidentes e caem as doações. É uma conta que não fecha. Isso deixa a gente preocupada", diz Denise Aparecida Coelho Ximenez, gerente administrativa regional da Colsan (Associação Beneficente de Coleta de Sangue).

Ainda há material para transfusão em casos de emergência, mas o que preocupa a administração da Colsan é a queda no números de bolsas do tipo "O" negativo.

No último fim de semana havia estoque apenas para dois dias de uso deste tipo. O ideal seria ter pelo menos dez dias no banco. "Não falta sangue, mas é importante que a pessoas se sensibilizem e venham doar", conta Denise.

PERÍODO PREJUDICIAL - Os períodos de férias e a falta de informações são 2.000 inimigos dos postos de coletas de sangue no Grande ABC. Nos padrões normais há duas mil bolsas, mas atualmente o centro conta com 800.

"A população deveria ser mais sensível, porque quem precisa de uma transfusão está bem fragilizado. Eu sofri muito para ajudar o meu primo que precisava de doações de um dia para outro", disse o aposentado Francisco José dos Santos, 58.

Grande ABC tem quatro postos que procuram voluntários

A Colsan (Associação Beneficente de Coleta de Sangue) tem captadores - profissionais que buscam novos doadores - nos quatro postos do Grande ABC. Essas pessoas têm a missão de encontrar e descobrir novos voluntários na região.

Diariamente, esses trabalhadores conseguem contatos com 20 pessoas que estão no perfil de possíveis doadoras. O resultado final, porém, não é animador: somente a metade se interessa em doar sangue, e apenas cinco estão aptas a ter o sangue colhido no momento, segundo a Colsan.

TRATAMENTO - "Infelizmente, este ano o estoque está mais baixo do que no ano passado. Estamos preocupados, esperamos que a população mude essa postura. Porque quem precisa (de sangue) são pacientes de tratamentos longos (em sua maioria)", conta Denise Aparecida Coelho Ximenez, gerente administrativa da Colsan.

Segundo a administração do banco, 90% do material utilizado são para o tratamento de pacientes com algum tipo de câncer de sangue.

Confira os locais de coleta de sangue na região

Hospital Mário Covas
Informações: 2829-5162

Centro Hospitalar Municipal de Santo André
Informações: 4433-3718

Hospital Anchieta
Informações: 4338-4080

Posto de Coleta São Caetano
Informações: 4227-1083




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;