Economia Titulo Combustível
Gasolina sobe 4% e
diesel, 8% a partir de hoje

Petrobras anuncia reajustes nos combustíveis
e preço de transportes públicos deve expandir

Por Soraia Abreu Pedrozo
30/11/2013 | 07:16
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Arquivo/DGABC


A Petrobras anunciou ontem à noite que o preço da gasolina aumentará 4% e o do diesel, 8%. Ambos os reajustes são nas refinarias, mas representantes do setor aguardam repasse nas distribuidoras e nas bombas. Desta maneira, haverá incremento médio de R$ 0,10 no litro do derivado de petróleo para média de R$ 2,89 no Grande ABC, e de R$ 0,20 no combustível mais consumido por ônibus e caminhões, para R$ 2,65.

Além de o impacto aos motoristas chegar bem rápido, tendo em vista que hoje é um dos principais dias de troca de estoque nos postos, os custos de transporte público, em 2014, e de logística, ainda neste ano, também sofrerão alta.

“Sabemos que, mesmo com o aumento previsto para meia-noite (de ontem para hoje), nossas encomendas de combustível já chegam amanhã (hoje) com reajuste integral”, disse o presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Grande ABC), Wagner de Souza.

Com o repasse, destacou o professor de Matemática Financeira e consultor de Finanças da Fiap Marcos Crivelaro, há a tendência de aumento das tarifas de transporte público, no caso do segmento de ônibus, cujo consumo de combustível representa boa parte dos custos das empresas.

Para Baltazar de Sousa Júnior, sócio-proprietário de oito companhias de ônibus urbanos e interurbanos que atuam na região, será necessário conversar com as administrações públicas para amenizar os impactos do aumento de 8% do diesel. “Já trabalhamos com margem apertada”, destacou. Ele entende que uma das soluções será o aumento do preço da passagem.

O executivo revela que o custo médio mensal de diesel para as suas empresas, que é quase tão importante como a folha de pagamento, é de R$ 2,4 milhões. Para se ter noção no impacto imediato no próximo mês, as companhias desembolsarão R$ 192 mil a mais. “Definitivamente, nós fomos pegos de surpresa com esse aumento”, criticou.

Para o gerente geral da Aesa (Associação das Empresas do Sistema de Transporte de Santo André), Luiz Marcondes Freitas Júnior, o impacto do aumento do diesel onera também, indiretamente, outros insumos do setor, como os pneus. Isso porque o reajuste do combustível eleva o preço do frete das transportadoras que levam os pneus para as companhias de ônibus.

Na cadeia de transporte de mercadorias, o reflexo do reajuste do diesel pode ser um pouco menor, avaliou o professor da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Gin Kwan Yue, especialista em logística e cadeias de suprimentos. “Temos que considerar que, se o combustível tem peso médio de 10% ou 15% no custo para as empresas de logística, o reajuste do diesel será de 8% sobre esses 10%. É provável que ocorra uma absorção desse incremento devido ao mercado extremamente competitivo”, explicou Yue.
Porém, o acadêmico da PUC-SP alertou que o fim do ano é o período de maior demanda de transporte de carga. “Isso abre margem para aumento nos preços e repasse do reajuste do combustível”, pontuou.

MOTIVO - A Petrobras explicou, por meio de nota que, entre os objetivos do reajuste, estão segurar o endividamento da empresa e não repassar a volatilidade do mercado internacional ao consumidor.

Em janeiro, a empresa reajustou em 6,6% os preços da gasolina na refinaria, mas o repasse ao consumidor atingiu entre 4% e 5%. Ontem, foi a 21ª alta em quase 12 anos.
(Colaborou Leone Farias)
 




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