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População enfrenta transtornos na hora de voltar para casa

Motoristas ilhados, falta de transporte e usuários de ônibus a pé eram cenas comuns

Do Diário do Grande ABC
18/01/2012 | 07:00
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Pedestres e motoristas ilhados, à espera de condições de seguir para casa foram cenas comuns na tarde de ontem no Grande ABC. Com pontos de ônibus lotados e interrupção dos transportes, a alternativa encontrada por muitos foi seguir até o destino almejado na caminhada.

Esse foi o caso da doméstica Claudia Sueli da Silva. Ela optou por seguir a pé da Vila Alzira, onde trabalha, até sua residência, na Vila Luzita, em Santo André. "Acho que vou demorar umas duas horas para chegar lá, mas é melhor do que esperar pelo ônibus."

A mistura de lixo jogado na rua mais chuva intensa deixou o motorista Juan Rafael ilhado. Mesmo em veículo de grande porte, o médico não conseguiu vencer a inundação da região do Viaduto Acisa, em Santo André. "Achei que dava para passar porque meu carro é grande, mas não previa que a água ficasse na altura das janelas", disse Rafael, que conseguiu sair do carro quando este já era tomado pela água.

O marmorista José Oribes teve a infelicidade de Rafael e ficou 45 minutos ilhado, na mesma região, em Santo André. "Deu medo. Você não sabe até quando a água vai subir, não sabe como agir. Nunca tinha passado por isso", relatou o motorista, que ainda não sabia calcular os estragos causados em seu carro. Ele não tem seguro.

Outro motorista ficou cercado pela água. Segundo o Corpo de Bombeiros, no Km 19 da Rodovia dos Imigrantes, a vítima ficou no acesso ao perímetro urbano, no Jardim Casa Grande, em Diadema.

Mesmo com o perigo, houve quem tentasse enfrentar a água, como o motoboy Wellington Messias, que saiu de São Bernardo rumo a São Paulo. "Não tem jeito, tenho que retirar documentos na Zona Norte até as 18h." O motoqueiro falou com o Diário por volta das 17h e usou o embalo de uma pick up que também estava no congestionamento na Avenida D. Pedro I como ajuda para vencer a água.

O problema das enchentes revolta também os usuários de ônibus. O chaveiro Carlos Alberto Braga esperou durante uma hora para ter acesso ao Terminal Metropolitano de Santo André e seguir para a Vila Luzita. "Sei que o povo também joga lixo na rua, mas o governo não faz nada. Todo ano tem enchente e a gente é que tem que aguentar", reclamou.

RECOMENDAÇÕES

Nesses casos, a recomendação de especialistas é para que as pessoas abandonem seus veículos - desde que não haja risco de ser arrastado pela correnteza - e procure local seguro para aguardar o fim do temporal.

O ideal é pedir ajuda para os bombeiros e pessoas que estiverem no entorno. Não é aconselhável, por exemplo, permancer no carro enquanto a água estiver ainda na altura dos pneus. Mas sair de um veículo que está sendo engolido pela enchente também é perigoso. O mais correto é esperar por ajuda. (participaram desta cobertura os repórteres Angela Martins, Camila Galvez, Cadu Proieti, Lukas Kenji, Maíra Sanchez, Natália Fernandjes e Rafael Ribeiro)




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