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Partidários de Saddam choram sua morte no Iraque
Da AFP
01/01/2007 | 15:50
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Os partidários de Saddam Hussein continuavam nesta segunda-feira homenageando seu ex-líder diante do túmulo, em sua cidade natal perto de Tikrit, enquanto o resto do Iraque vivia um dia em que predominava a tranqüilidade durante o Aid al-Adha, a festa do sacrifício. "Saddam não morreu; ainda vive em nossos corações", gritavam várias centenas de manifestantes que se reuniram em Al Dur, perto de Tikrit.

Afirmando ser membros do extinto partido Baath, os manifestantes - incluindo alguns armados - mostravam imensos retratos do "mártir e herói Saddam Hussein". A manifestação, no entanto, se desenvolveu sem incidentes e sem a presença de nenhum membro das forças de segurança iraquianas ou do Exército americano.

Em Tikrit, centro da tribo à qual pertencia Saddam, os Albu Nasser, permaneciam instaladas dezenas de grandes tendas de luto, onde centenas de partidários do ex-ditador rendiam a última homenagem bebendo café e escutando versos do Alcorão. Os acessos à cidade permaneciam sob total vigilância das autoridades, para de limitar o deslocamento de 'peregrinos' ao túmulo do ex-ditador, quatro quilômetros ao sul de Tikrit, em seu povoado natal de Awja.

Saddam Hussein foi enterrado numa propriedade de sua família, perto de seus filhos, Udai e Qussai, mortos pelo Exército americano em 22 de julho de 2003 em Mossul (norte). O ex-ditador de 69 anos foi enforcado no sábado, após ser condenado à morte por ter ordenado a execução de 148 camponeses xiitas de Dujail, depois de sofrer uma tentativa de atentado, em 1982, nesta localidade ao norte de Bagdá.

Sua morte, no entanto, não paralisou o processo pelas campanhas militares de Anfal, no Curdistão, em 1987 e 1988, durante as quais foram assassinados 180 mil curdos, segundo a acusação.

Outros seis acusados responderão pelo crime, entre eles o primo de Saddam, Ali Hassan Al Majid, apelidado de "Ali Químico". O julgamento continuará em 8 de janeiro, segundo o previsto, afirmou nesta segunda-feira um oficial americano ligado ao Alto Tribunal Penal Iraquiano.

Enquanto isso, a violência diminuiu significativamente no Iraque desde domingo, devido, sobretudo, às celebrações do Aid al-Adha, a festa do sacrifício, que dura quatro dias. Até o momento, as autoridades informaram a morte de cinco membros de uma mesma família numa estrada de Mossul (norte) por causa de disparos de um grupo de homens armados. O trânsito em Bagdá, que geralmente é caótico, era praticamente inexistente.

Já as autoridades não deram qualquer informação sobre a data da execução do meio-irmão de Saddam, o ex-chefe dos serviços secretos, Barzan al-Tikriti, e do ex-presidente do tribunal revolucionário, Awad al-Bandar, condenados à morte junto com o ex-ditador.

O Exército dos Estados Unidos, por sua vez, afirmou nesta segunda-feira ter matado seis terroristas durante uma operação em Bagdá contra um esconderijo de membros da Al Qaeda. "A operação foi realizada contra uma casa que servia a terroristas iraquianos e membros da Al Qaeda para planejar e organizar suas operações", explica a nota.




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