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Proprietários de escolas privadas protestam por aulas presenciais

Carreata com cerca de 130 carros saiu de São Bernardo e foi até a sede do Consórcio Intermunicipal, em Santo André

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
23/10/2020 | 00:01
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André Henriques/DGABC


Carreata organizada por donos de escolas privadas da região partiu na manhã de ontem do Extra Anchieta, em São Bernardo, e seguiu até a sede do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, em Santo André. Mobilizado por cerca de 130 unidades escolares, o ato pedia a retomada das aulas presenciais na rede particular, seguindo as normas e os protocolos de higiene. As atividades no Grande ABC, em todas as redes, foram suspensas em março em decorrência da pandemia de Covid-19.

Uma das organizadoras da manifestação, a pedagoga Fernanda Lopes Martins explicou que o objetivo da mobilização é dar direito de escolha para aqueles que desejam voltar ao ambiente escolar, tanto alunos quanto professores. “Estamos seguindo o Protocolo SP nas escolas, teremos álcool gel disponível, o uso de máscara será obrigatório, orientaremos as famílias quanto a entrada e saída, uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) por todos os integrantes da equipe e operaremos com capacidade reduzida”, explicou Fernanda. “Também faremos a limpeza dos ambientes, sempre seguindo o protocolo”, completou.

Enquanto os manifestantes aguardavam do lado de fora, representantes das sete cidades se reuniam para deliberar sobre o retorno das atividades presenciais, embora as prefeituras de Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra já tenham se manifestado sobre a decisão de não retomar as aulas nas escolas este ano.

Em nota, o Consórcio informou que “com relação ao retorno às aulas, as sete cidades do Grande ABC mantêm a interrupção de todas as atividades presenciais, de todas as modalidades”. Segundo o comunicado, a maioria dos municípios está realizando segundo inquérito epidemiológico, que deve ficar pronto em novembro. “Nova avaliação sobre o retorno às atividades presenciais será feita após a conclusão dos estudos”, finalizou a nota.
IMPACTOS

Relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) lançado em setembro apontou que o Brasil estava na lista dos países em que as escolas permaneceram mais tempo fechadas entre as nações desenvolvidas. Entre os desafios do País foram listadas as turmas com mais alunos do que a média e o fato de que 90% dos professores têm mais de 30 anos.

Pedagogo e gestor do Grupo Educacional Faveni, Lucas Fonseca destacou que a pandemia obrigou a educação a entrar na era digital e que isso tem que ser usado para superar as dificuldades. “Jamais voltaremos ao que conhecíamos como normal”, frisou. Para o especialista, este é o momento em que todos devem se conectar com o real sentido da educação. “Aquela que aprendemos com nossos pais, dos valores, a moral, a ética, os comportamentos que norteiam todos os outros”, citou. “A educação não ocorre apenas em sala de aula e a participação da família é fundamental”, completou.

Fonseca ponderou que todas as ferramentas tecnológicas que estão sendo usadas no ensino remoto já existiam, faltava apenas que professores, alunos e famílias se apropriassem delas. 




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