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Nove entre dez tentam parar de fumar
Isis Mastromano Correia
Especial para o Diário
09/05/2007 | 07:05
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Ansiedade, depressão, necessidade de sentir-se aceito pelos outros. Seja qual for o motivo que leva ao fumo, o certo é que depois dos primeiros tragos, a volta para o mundo sem nicotina pode se tornar um caminho penoso para a maior parte das pessoas. Pesquisa lançada terça-feira pelo laboratório Pfizer mostrou que nove entre dez fumantes tentaram parar e boa parte deles, 77%, o fizeram mais de uma vez. E por que é tão difícil deixar o vício? A maioria alegou pouca força de vontade ou não ter suportado os sintomas associados à abstinência. Em contrapartida, dos 4,3 mil fumantes que responderam à pesquisa, um terço justificou o prazer de fumar como o maior empecílio para largar o cigarro. Entre fumantes, ex-fumantes e não-fumantes, a empresa consultou 7,5 mil pessoas pelo site www.euqueroparar.com.br sobre como o cigarro afeta a vida e o convívio social. “O cigarro dá prazer, só que depois se torna um hábito como caminhar, se trocar, tomar banho”, diz o pneumologista da Faculdade de Medicina do ABC Adriano Cesar Guazzelli. De acordo com o especialista, 40 pessoas buscam ajuda todos os meses no Programa de Auxílio ao Tabagista, do Hospital Mário Covas. Quem procura tratamento, tem em média 40 e 60 anos, fase da vida em que algumas das mais de 50 doenças associadas ao fumo começam a dar sinal. “Cheguei a entrar em um grupo de tratamento. Parei de fumar por um ano, mas voltei, acho que até por malandragem. Não tinha quem me desse um cigarro, então eu comprava uma carteira”, relata a artesã Margarita Dolores Guglielmelli, 45 anos, de São Caetano. Fumante desde os 18, ela luta para conseguir se livrar do vício que lhe rendeu problemas vasculares, arritmia e dores de cabeça. “A expectativa é que haverá controle, mas o ser humano é vulnerável à nicotina”, ressalta a cardiologista e diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Incor (Instituto do Coração) Jaqueline Issa. “O tratamento deve ser multidisciplinar porque a dependência não é só física, é também comportamental”, explica a psiquiatra da Faculdade de Medicina do ABC Fernanda Piotto.



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