Memória Titulo
Olha, que eu vim lá de longe...
Ademir Medici
13/05/2018 | 07:00
Compartilhar notícia


  “No dia consagrado à comemoração da Lei Áurea, que aboliu a escravatura no nosso País, os edifícios públicos e as principais casas comerciais são festivamente embandeirados.”

“O Clube 13 de Maio dos Homens Pretos de São Paulo manda celebrar uma missa em ação de graças na igreja Nossa Senhora do Rosário. À noite realizou-se sessão solene e baile no salão Itália Fausta.”

Dos jornais, 13 de maio de 1918

E esta página Memória, em 13 de maio de 1988, data do centenário da abolição oficial dos escravos, iniciava uma série sobre o tema. Em cinco dias seguidos, nomes e fatos sobre a formação étnica do Grande ABC por aqui desfilaram. É esta série que voltamos a publicar, na retrospectiva dos 30 anos da coluna.

Distribuímos, ao longo das cinco matérias, versos do canto litúrgico lançado durante a Campanha da Fraternidade 1988.

E na primeira matéria, uma ilustração do artista plástico Rubens de Mattos Guimaro Filho, o Binho, extraída do ABC Litúrgico, folheto semanal da Diocese de Santo André lançado em 1980. Binho é um dos nomes que participaram ativamente da vida do Diário, 60 anos de história.

Em 13 de maio de...

1918 – A colônia portuguesa do Alto da Serra (Paranapiacaba) manda celebrar uma missa em homenagem aos soldados portugueses mortos na guerra.

A guerra. Do noticiário do Estadão: caça-minas britânico afundado por um submarino alemão; os italianos conquistam uma posição importante.

Hoje

Dia das Mães

Dia da Fraternidade Brasileira

Dia da Abolição da Escravatura

Dia do Automóvel

Dia da Estrada de Rodagem

Dia do Zootecnista

Município Paulista

Aniversaria hoje: Cajobi. Elevado a município em 1926, quando se separa de Olímpia, na região de Barretos.

Diário há 30 anos

Sexta-feira, 13 de maio de 1988 – ano 31, edição 6751

Manchete – Arrecadação tributária cresce 20%

Data – Centenário da Abolição não diminui preconceito. Reportagem: Vanilda Sant’Anna.

Vatapá no Dia das Mães

Texto: Elexina D’Angelo

Dona Myrths Setti Braga e o seu vatapá. Uma iguaria esperada o ano todo, servida no Dia das Mães, quando ela reunia a família e demais convidados prontos a repetir o prato quantas vezes quisessem.

A Maria, sua cozinheira de muitos anos, afirmou que muitos vinham para o almoço sem tomar café da manhã, para se deliciarem com o prato.

“Depois que a dona Myrths mandava trazer os melhores ingredientes, eu providenciava o caldo de duas galinhas grandes, limpava os camarões, separava o pão, picava os temperos e deixava tudo no jeito para ela”, conta Maria.

Sandra Colucci, amiga da família, complementa: “Eu participava sempre desses almoços. A dona Myrths subia num banquinho para alcançar a boca da panela enorme onde era cozido. Ela dava seus toques finais com os temperos, colocava o azeite de dendê e engrossava com o pão, mexendo sempre o tão esperado vatapá, que era servido na hora, para e satisfação de todos os presentes à comemoração desse grande dia”.

Dona Myrths, são-bernardense. Muitas saudades, em especial num domingo tão especial como este.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;