Um dos grandes temores do BC (Banco Central) e também de parte dos analistas em relação à inflação está ligado à desvalorização do real nos últimos meses.

Entre o início de agosto e a última sexta-feira, a moeda americana ganhou 52% ante a brasileira - saiu de R$ 1,562 para R$ 2,375. Em condições normais, isso teria provocado uma alta de cerca de 5 pontos porcentuais nos índices de preços ao consumidor, o que certamente provocaria o estouro da meta de inflação, que é de 4,5% para o IPCA anual, com margem de erro de 2 pontos para cima ou para baixo.

No entanto, um dos efeitos da crise global foi uma expressiva queda das cotações das commodities internacionais, como o petróleo, o que contrabalançou o efeito do câmbio na inflação.

Índices de preços diretamente influenciados pela variação do dólar, como o IGP-DI e o IGP-M, tiveram deflação em janeiro e altas modestas em fevereiro.