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Sertanejo sempre foi pop?

A mistura com outros ritmos, coreografias diferentes e
pegada mais alegre fizeram estilo cair no gosto da povo

Por Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
08/07/2012 | 07:00
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Eu quero tchu/ Eu quero tcha/ Eu quero tchu tcha tcha tchu tchu tcha. O refrão até parece axé, mas não é. A música da dupla João Lucas e Marcelo é exemplo da nova cara do sertanejo, que tem pegada de balada com letras alegres e simples. Mais do que violão, mistura outros instrumentos e ritmos, como pop, axé, arrocha e tecnobrega.

Para André Piunti, autor do livro Música Sertaneja: Uma Paixão Brasileira e criador do blog Universo Sertanejo, essa mistura faz parte da história da música. "Os artistas inserem novidades para agradar o jovem", diz. Segundo ele, as mudanças têm acontecido desde a criação do termo sertanejo universitário, entre 2006 e 2007. "Na década de 1990, falava-se muito mais sobre sofrer de amor. Agora busca-se criar algo mais agitado."

Um dos grandes precursores do sertanejo moderno é Luan Santana. Ele mostrou que não precisa ser dupla para fazer sucesso, surgiu com visual despojado e cantou música do cotidiano jovem. Com a mesma sacada, Michel Teló inovou com letras sobre baladas e coreografias.

Para Waldenyr Caldas, professor de Cultura Brasileira da Escola de Comunicação e Arte da USP, este é o momento do sertanejo, mas alerta: "Todo estilo tem sua fase e é preciso inovar para não cansar. Só que, geralmente, o que se vê é repetição", ressalta, por isso, acredita que o que está acontecendo pode ser só mais uma moda.

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RECEITA DO SUCESSO

Letras simples inspiradas no dia a dia e melodia alegre. Em geral, essas ‘muletas' são alvos da crítica. Mas, para Marcelo, 27 anos, da dupla João Lucas e Marcelo, esse é o segredo. "O povo escolhe o que mais se identifica", diz.

O cantor Arthur Danni,16, defende que o sucesso depende do conjunto. "Não adianta letra boa, se o arranjo não é legal." Gusttavo Lima, 22, acredita que o sertanejo sempre teve espaço. "Se a galera gosta, quem vai contestar?" Paula Fernandes, 27, crê que o ritmo é um dos gêneros mais populares do Brasil. "As novas gerações só enriqueceram a música. O importante é não perder a essência."




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