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Simpatias no Réveillon trazem esperança de ano melhor; 2021 requer cautela

Mesmo sem crenças religiosas, rituais estão enraizados no ser humano, explica psicólogo

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
31/12/2020 | 00:01
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Claudinei Plaza/DGABC


Paz, amor, prosperidade, saúde, harmonia... Qual é o seu desejo para 2021? Independentemente da resposta, fato é que simpatias fazem parte do Réveillon. Segundo especialista, as superstições são parte da herança cultural e já estão internalizadas no ser humano, ou seja, o indivíduo faz determinado ritual porque entende, mesmo que inconscientemente, que aquela ação lhe trará algum benefício.

“A superstição é algo que repetimos desde sempre”, afirma Kleber Marinho, psicólogo. Exemplo é que uma das simpatias é comer lentilhas para atrair prosperidade, cuja origem é passagem bíblica, onde Esaú passa os direitos de primogênito a Jacó em troca de um prato de lentilhas.

O profissional assinala que há estudos que comparam a crença em superstições com o pensamento mágico das crianças, dando esperança. “Estamos no meio de uma pandemia, sofrendo. Se não tivéssemos a crença em coisas que pudessem nos nortear, mesmo que irracionalmente, estaríamos ainda mais doentes”, explica. “O indivíduo pode ser agnóstico ou ateu, mas em algum momento da vida, quando não está apegado à racionalidade, tem alguma fé. Se o avião está caindo, ele vai soltar um ‘pelo amor de Deus’. Isso move a vida”, completa.

Luciane de Souza Anheschivich, 44 anos, de Santo André, conta que a família come lentilhas no Ano-Novo. “Alguns (comiam) apenas pela brincadeira do grupo e outros por acreditar que traz prosperidade”, lembra. Outra tradição na hora da ceia é comer 12 uvas, fazendo um pedido para cada, e guardar as sementes na carteira durante o ano que está começando.

Para Luciane, também é essencial selecionar a cor da roupa para o Réveillon, representando o desejo para o novo ano. “Desde criança, faz parte dos preparativos para a virada. Neste ano, pretendo usar branco e amarelo. O mundo todo está precisando de dinheiro (representado pela cor amarela) e muita paz (branco).”

Já Alessandra Viana, 41, moradora de Santo André, não recorre às simpatias tradicionais e criou ritual único, que se repete pelo nono ano. “(No dia 31 de dezembro) Tomo um banho muito tranquilo, mentalizando coisas bacanas, tento me acalmar e oro. Depois, escrevo em um papel meus agradecimentos que, depois da meia-noite, queimo e sopro no vento”, detalha.

Segundo ela, a família, católica, nunca teve o hábito de fazer simpatias no Ano-Novo. “Nós rezávamos, mas nunca fomos apegados a essa coisa de pular sete ondas ou comer romã (abundância).”

E 2021?

A astróloga Sara Koimbra avalia que a transformação do status quo e a quebra de tradições e normas seguem em 2021, ou seja, “não podemos esperar um ano supertranquilo”, já que este também é o ano de “manter ou mudar”. Isso porque único planeta em Capricórnio (estrutura) é Plutão, além da quadratura (aspecto de tensão) entre Saturno (que simboliza tradição) e Urano ( inovação). “Com Júpiter e Saturno se movendo para Aquário, em 2021 estaremos mais focados no futuro da sociedade, um ano de lutarmos por mudança, de inovar.”

A numeróloga e consultora de feng shui Sol Amaral indica que o ano será de oportunidades. “Porém, as pessoas precisam estar muito ligadas nos sinais do universo, elas costumam deixar isso de lado. O ano 5 (soma dos numerais de 2021) vem com muitas mudanças e coisas boas, mas com resquícios de 2020 porque pessoas ainda não acordaram com a pandemia”, aponta.




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