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Sto.André insere estudo do corredor Taióca em programa da CAF

Alta do dólar pode permitir que governo Paulo Serra introduza projeto para receber financiamento do banco; acordo envolve US$ 50 milhões

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
26/12/2020 | 00:02
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DGABC


O governo do prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), inseriu estudo sobre a atualização do projeto de conclusão do corredor Taióca, perto da divisa com São Bernardo, dentro do financiamento da CAF (Corporação Andina de Fomento), banco de desenvolvimento da América Latina. A proposta é tentar introduzir o item no escopo – com recursos provenientes de linha de crédito da instituição internacional – diante da alta do dólar após a assinatura do contrato. Na ocasião, a moeda norte-americana estava na casa dos R$ 4 e, atualmente, registra patamar de R$ 5,18.

Sacramentado no fim de dezembro do ano passado, o empréstimo envolve US$ 50 milhões para custear obras de infraestrutura, combate às enchentes e mobilidade urbana. “Incluímos o Taióca no pacote, que já está em andamento com a construção do Complexo Viário Cassaquera, visando que seja estudado. É corredor que ainda não terminou, embora há muito tempo se fale sobre viabilizar isso. Como contratamos em período que o dólar estava bem abaixo (da atual cotação) e hoje está mais de R$ 5, a gente consegue incluir projetos (no acordo com o banco)”, frisou Paulo Serra. O Cassaquera, que abrange canalização de parte do córrego, tem cerca de 35% de ações concluídas.

A subida do dólar irá permitir, segundo o prefeito, além do estudo da marginal Taióca, a redefinição do plano para buscar solucionar problema crônico de enchentes na região da Vila América (confira mais abaixo) – a diferença na cotação da moeda ampliaria o empréstimo de R$ 200 milhões para quase R$ 260 milhões.

“Até o começo do ano que vem, eles (profissionais técnicos da CAF junto a empresas contratadas pelo Paço) apresentam projeto (definitivo). Ideia é começar no ano que vem com obras, como aconteceu no caso do Cassaquera, incluindo licitação e intervenções na sequência. Recursos já estão liberados (pelo banco). O desembolso sai só a partir do projeto executivo. Para licitar, eles exigem isso”, emendou o tucano.

O corredor tem cerca de 6 quilômetros e já entrou, em 2015, em plano regional de mobilidade patrocinado pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal. A troca de comando no Palácio do Planalto, com o impeachment de Dilma Rousseff (PT), e a crise econômica acentuada no País paralisaram a tramitação da medida. O pacote do PAC englobava 21 projetos de corredores intermunicipais, à época – boa parte deles, contudo, naufragou.

“Esses procedimentos com instituições internacionais demoram um pouco mais para começar, mas depois que licita a situação fica arredondada. Prova disso é o (Viaduto Antônio) Adib Chammas (entregue neste mês), foi um relógio, mesmo com chuva e Covid. Quando faz (o projeto) executivo, todas as imprevisibilidades são vistas de forma antecipada. Consegue tocar. No Cassaquera o ritmo de obras é impressionante. No começo do ano devemos ter essas duas soluções: Taióca e Vila América. E iniciaremos diálogo com moradores para resolver o problema”, reforçou Paulo Serra.

Plano de obras antienchentes analisa micro-piscinões

O pacote original de financiamento com a CAF envolvia o Complexo Cassaquera, a ampliação de central de monitoramento de chuvas, a instalação de 20 ecopontos e a construção de um piscinão sob o Parque da Juventude Ana Brandão. Esse último item, entretanto, foi suspenso e passa por revisão. Isso porque houve avaliação de que a implantação do equipamento não resolveria integralmente o problema de enchentes na região da Avenida Capitão Mário Toledo de Camargo.

“Falo com muita transparência. A gente precisa de solução definitiva. Ainda que a definitiva seja desapropriação de algumas casas para fazer parque com piscinão embaixo, e os moradores (daquela região) já sabem disso – alguns até topam, preferem. Por que alteramos e suspendemos o projeto? Não houve uma garantia técnica de que o piscinão embaixo do Parque da Juventude resolveria o problema definitivamente. Não faz sentido investimento daquele porte, todo o trabalho, transtorno criado, pessoas sem o parque por um ou dois anos, e correr risco de numa chuva mais forte ter novamente problemas”, pontuou Paulo Serra.

O chefe do Executivo assegurou ter solicitado, a partir do recebimento dessas informações, um plano readequado para “solução definitiva”. “Ainda que sejam 10 mil micro-piscinões em torno de todo o corredor (da Avenida Capitão Mário), que é a avaliação atual. Pode ser que façamos isso, piscinões, usando parte do bairro, o próprio (Estádio) Brunão, existe estudo para fazer embaixo do estádio, onde eram os antigos vestiários. Pedi aos técnicos garantia de que não teremos mais problemas ali. Se a garantia for fazer piscinão aonde é hoje parte do bairro, é isso. Faremos audiência pública, ouviremos, colocaremos cenário aos moradores. Vamos apresentar solução definitiva.”

A gestão tucana possui duas empresas contratadas para atuar no andamento do projeto da CAF, uma firma que trata apenas do projeto funcional e outra de acompanhamento dos projetos e obras.  




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