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Ju Mello celebra sucesso em vaquinha virtual para cirurgia

Ex-atleta do São Caetano foi diagnosticada com tumor na cabeça e, para realizar tratamento, necessitava levantar R$ 85 mil; conseguiu em 3 dias

Por Derek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
21/12/2020 | 00:53
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Arquivo Pessoal


O ano de 2020, em razão do novo coronavírus e tudo o que ele causou mundo afora, proporcionou muitas tristezas por conta das vítimas fatais, mas também despertou um sentimento de amor ao próximo que parecia adormecido. Campanhas para ajudar as mais variadas iniciativas vêm surtindo efeito e até surpreendendo os envolvidos, como é o caso da central Juliana Mello, 26 anos, ex-jogadora do São Caetano Vôlei. Isso porque depois de descobrir uma doença que necessitava de delicada e onerosa cirurgia, ela recorreu a uma vaquinha virtual, a qual obteve êxito total, com o envolvimento de muitos atletas – sobretudo da comunidade do vôlei – e trouxe não só alívio como ensinamentos à atleta.

Sem time desde que deixou o São Caetano, após a Superliga Feminina 2019/2020, vinha mantendo a forma física individualmente. Entretanto, praticamente ao mesmo tempo, veio a pandemia e começaram os problemas para ela. Primeiramente, foi perdendo a sensibilidade da parte esquerda do rosto. Depois, a audição do mesmo lado começou a falhar. Como estava sem plano de saúde, não buscou atendimento médico. Porém, quando teve um sangramento no ouvido, não teve jeito: procurou um hospital e uma ressonância descobriu a presença de um neuroma do acústico, tumor benigno que cresce lentamente e, aos poucos, passa a pressionar o cérebro, afetando funções vitais.

“Meu tumor é um T3, quase um T4. Tem 2,8 cm x 2,2 cm, é relativamente grande. Recentemente, começou a comprimir a parte que irriga líquido para a coluna, o que pode causar muita dor nas costas, mas ainda não tive esse sintoma”, explica ela, que na carreira passou por Flamengo, Osasco e Sesi.

Moradora da Capital, conta que quando soube do tratamento, sofreu um baque. Necessitaria de R$ 50 mil para a cirurgia e mais R$ 35 mil para uma radiocirurgia chamada gamma knife, um procedimento para terminar a retirada do tumor. “É um dinheiro que eu e minha família infelizmente não temos. A ideia da vaquinha foi a melhor forma que encontrei para fazer a cirurgia sem me comprometer com bancos, fazendo empréstimos”, justifica ela, que deverá realizar as intervenções médicas em janeiro. Após a reabilitação, é possível que em seis meses esteja de volta à quadra.

E, para surpresa dela, em menos de três dias a meta de R$ 85 mil foi superada. “Me surpreendi demais. Foi um baita susto. Surreal e muito lindo. Nunca confiei que fosse alcançar o valor cheio, achava que se conseguisse metade do valor já estava ótimo. Graças a todas essas pessoas maravilhosas que ajudaram, consegui ultrapassar a meta em dois dias e algumas horas”, celebra ela, que agradeceu à “Seleção feminina, alguns jogadores do masculino, do vôlei de praia, da base e até mesmo ex-jogadores”.

As maiores lições, segundo ela, já foram aprendidas. “Sempre achei que, se precisasse, teria poucas pessoas à minha volta para ajudar. Mas na verdade tenho milhões. Aprendi também que tenho que respeitar o meu corpo e entender os sinais que ele dá quando algo está errado. Já tinha visto essa mobilização para coisas relacionadas ao esporte, mas nunca dessa forma, voltado para a saúde de uma atleta. Foi lindo de ver que não é apenas um esporte, é muito mais do que isso, virou uma família. Foi maravilhoso”, conclui. 




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