Política Titulo Eleição
Quadro é o mais desafiador que eu já vi, afirma Filippi

Em busca do 4º mandato no Paço de Diadema, petista dispara contra Lauro: ‘Gestor fraco, que não luta’

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
16/10/2020 | 00:43
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José de Filippi Júnior (PT) tenta, neste ano, chegar pela quarta vez ao comando da Prefeitura de Diadema. Ele foi prefeito entre 1993 e 1996, de 2001 e 2004 e entre 2005 e 2008. Mas admite que esta eleição e um eventual quarto mandato serão os mais desafiadores da sua carreira política.

Em visita ao Diário, Filippi admitiu que não estava mais em seu horizonte concorrer ao Paço de Diadema e que já havia deixado essa posição clara em 2016, quando rejeitou ser prefeiturável e bancou a campanha de Manoel Eduardo Marinho, o Maninho. Porém, reconsiderou ao ver consenso em torno de seu nome para esta eleição e o quadro de pandemia, que exigirá “experiência” do próximo gestor da cidade.

“Eu me sinto preparado para um desafio enorme. É o cenário mais desafiador. Soma a conjuntura nacional econômica e social, agravada pela pandemia, com um governo local fraco, que não lutou, que não enfrentou os problemas como um gestor, um líder, deveria encarar” , analisou.

O petista não poupa críticas ao trabalho do prefeito Lauro Michels (PV) – tanto que, em seu plano de governo, há uma seção com o nome ‘retrocessos do governo atual’. Ele rebateu as acusações do verde de que, em 2012, herdou uma Prefeitura com cerca de R$ 2 bilhões de dívidas (Lauro sucedeu Mário Reali, PT, afilhado político de Filippi) e reclamou de falta de transparência da atual gestão em detalhar o quadro financeiro da cidade.

“O Mário deixou a Prefeitura com R$ 70 milhões de dívida em curto prazo, mas com R$ 80 milhões em caixa. Ele (Lauro) deixou para ele mesmo R$ 310 milhões em dívida de 2018 para 2019. A Prefeitura está, do ponto de vista financeiro, extremamente enfraquecida. Foram oito anos perdidos”, disparou o petista, que, no horário eleitoral no rádio, afirma que vai ocupar “a cadeira de prefeito de Diadema, que está vaga”.

Filippi admitiu ver com estranheza a escolha de Lauro pelo presidente da Câmara, Pretinho do Água Santa (DEM), como prefeiturável governista. “Como ele (Lauro) não enquadrou gente de seu governo? Como ele deixa o próprio primo (Marcos Michels, PSB) ser candidato a prefeito, desgarrando? Eu não entendi.”

Ao listar os desafios, em período de crise econômica diante da pandemia de Covid-19, Filippi declarou que prezará pelo diálogo, com os demais entes da Federação e também com o setor público. Ele pretende rever a tabela de impostos, segundo ele sem aumentá-los, com objetivo de dar justiça às cobranças. “Temos de ter foco para aqueles que podem pagar mais. É possível reduzir impostos e aumentar a arrecadação”.

O ex-chefe do Executivo prometeu promover mescla de juventude e experiência no time que ajudará a pensar alternativas para Diadema e avaliou como “pós-graduação” o período em que ficou como secretário de Saúde da Capital, na gestão de Fernando Haddad (PT). “É administrar praticamente 32 ‘Diademas’, uma complexidade gigantesca.”
Sobre o antipetismo, acredita ter reduzido, ainda mais em Diadema, “onde o povo tem a percepção de tudo que o PT fez pela cidade”. Em 2018, ao se candidatar a deputado federal, recebeu 43.382 votos, sendo 25.895 deles em Diadema. Em 2010, quando se elegeu à Câmara Federal, obteve 149.525 votos, 82.614 de diademenses. 




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