Política Titulo Sem plenária há 50 dias
Oposição pede retorno de sessões em Mauá

Legislativo é único da região que paralisou completamente os trabalhos durante pandemia

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
27/05/2020 | 00:01
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Denis Maciel/DGABC


Vereadores de oposição vão protocolar junto ao presidente da Câmara de Mauá, Vanderley Cavalcante da Silva, o Neycar (SD), ofício solicitando o retorno das sessões ordinárias. O Diário mostrou ontem que o Legislativo mauaense paralisou completamente os trabalhos desde o início da pandemia de Covid-19 e está prestes a completar 50 dias sem realizar nenhuma plenária, ao contrário das demais casas.

Documento formulado pelo oposicionista Professor Betinho (PSL) sugere a retomada dos trabalhos. O Diário apurou que outros vereadores da oposição farão o mesmo pedido. “Sabemos que a suspensão das sessões ordinárias não significou a paralisação do trabalho dos parlamentares de forma individual. Contudo, a ausência de sessões ordinárias impossibilita debates acerca de temas importantes para a cidade, impede a votação de proposituras e até dificulta a fiscalização plena do Poder Executivo, já que o poder de fiscalização de Câmara Municipal é outorgado principalmente ao órgão coletivo da Câmara e não somente aos seus integrantes individualmente”, diz o ofício. O pedido pondera que a “retomada dos trabalhos deverá se dar com a observância das orientações das autoridades da saúde, podendo ocorrer de forma virtual”, como tem ocorrido nas demais câmaras.

A última vez que os vereadores de Mauá se reuniram foi em 9 de abril, já durante a pandemia, em sessão extraordinária realizada de forma virtual. Com os trabalhos suspensos desde o fim de março, a casa não voltou nem a promover novas plenárias on-line, tampouco presenciais. “Nós não paramos. O que estão suspensas são as sessões ordinárias, mas as extraordinárias podem ser feitas. A maioria dos vereadores é do grupo de risco, mas se precisarmos votar algum projeto, vamos votar de forma virtual”, explicou Neycar, ao citar que a ausência de sessões se dá em decorrência da falta de projetos enviados pelo prefeito Atila Jacomussi (PSB).

Nos bastidores, porém, a explicação é a de que o hiato é provocado por abalos na base governista e pela necessidade de a casa, se retomar os trabalhos, ter de encarar debates indigestos para o governo, como o pedido de abertura de CPI para apurar supostas irregularidades na instalação de hospital de campanha na cidade e pelo novo pedido de impeachment contra o prefeito, que já sofreu cassação e conseguiu anular o processo na Justiça.  




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