Política Titulo Previdência
Grande ABC estuda suspender contribuições previdenciárias

Consórcio admite que prefeituras da região vão avaliar cortar repasse de cota patronal

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
12/05/2020 | 00:01
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Orlando Filho/DGABC


As prefeituras do Grande ABC que possuem regimes próprios de Previdência estudam suspender, por causa do impacto financeiro causado pela pandemia de Covid-19, os pagamentos mensais destinados às contribuições previdenciárias patronais, conforme autoriza projeto de lei recentemente aprovado pelo Congresso Nacional e que ainda depende de sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Batizado de Plano Mansueto, o projeto estabeleceu auxílio na ordem de R$ 125 bilhões para Estados e municípios, além de permitir que governos estaduais e municipais que gerenciam a seguridade social dos servidores locais deixem de pagar até dezembro a contribuição patronal. Para isso, os legislativos locais teriam de aprovar lei específica.

No Grande ABC, quatro municípios possuem regimes próprios de Previdência: Santo André, São Bernardo, Diadema e Ribeirão Pires. Alguns dos institutos, inclusive, já estão com a saúde financeira em xeque. O Diário questionou cada uma dessas cidades sobre a possibilidade de adesão à suspensão do repasse da cota patronal, que poderia reduzir as receitas desses órgãos públicos e resultar em dívida futura para os próximos gestores.

O governo do prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), informou que avalia “a necessidade ou não de adesão à medida, conforme redução de arrecadação e as reposições que virão do governo federal”. A gestão de São Bernardo, gerida por Orlando Morando (PSDB), afirmou que definirá essas medidas após sanção da lei e que os repasses patronais ao SBCPrev (Instituto de Previdência de São Bernardo) representam R$ 156 milhões por ano. Os governos de Diadema e de Ribeirão Pires não responderam aos questionamentos.

O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC antecipou, porém, que o assunto está no radar das prefeituras e que “será discutido pelos secretários de finanças a partir da sanção presidencial” do projeto. “A partir de então é que os secretários poderão aprofundar o debate sobre esse tema de modo regional”, destacou o colegiado, por meio de nota. No caso dos municípios que não possuem regime próprio, como São Caetano, Mauá e Rio Grande da Serra, deixariam de pagar dívidas previdenciárias com o regime geral até o fim do ano.

APOIO E ALERTA
Defensora da medida, a CNM (Confederação Nacional dos Municípios) frisa que as medidas representarão em “fôlego” financeiro aos municípios brasileiros na ordem de R$ 6,5 bilhões e de R$ 19 bilhões para os que não possuem regime próprio e para os que possuem, respectivamente. Por outro lado, a Abipem (Associação Brasileira de Instituições de Previdência Estaduais e Municipais) alerta que a suspensão deve levar em conta peculiaridades de cada instituto, caso contrário, as ações estarão “condenando à fome e, consequentemente, à morte milhares de servidores aposentados e pensionistas, incluindo seus familiares, que somam mais de 30 milhões de brasileiros, que não irão receber até o final do ano, suas aposentadorias e pensões”. 




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