Política Titulo Apuração
Ex-subsecretário de Saúde do Rio é preso por suspeita de corrupção em compra de respiradores

Gabriell Neves é investigado por fraude em acordos emergenciais

Por das Agências
08/05/2020 | 00:01
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Ex-subsecretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Gabriell Neves foi preso ontem, acusado de participar de esquema de corrupção na compra emergencial de respiradores para pacientes com Covid-19.

Operação conduzida pela Polícia Civil do Rio e o GAECC (Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção), do Ministério Público fluminense, foi autorizada pelo juiz Bruno Ruliére, da Vara Criminal Especializada do Rio.

Além de Neves, foram presos Gustavo Borges da Silva, Aurino Batista de Souza Filho e Cinthya Silva Neumann. Gabriell Neves ficou no cargo no governo de Wilson Witzel (PSC) até o dia 20 de abril e havia sido substituído por Gustavo Borges da Silva.

Conforme a denúncia, Arc Fontoura Indústria e Comércio e Representações Ltda foi contratada, por dispensa de licitação, para fornecer respiradores. No total, o acordo foi de R$ 67,9 milhões – foram 400 equipamentos, vendidos a R$ 169,8 mil cada.

A empresa tem Cinthya Silva Neumann como sócia e, segundo o MP do Rio, não há prova de entrega dos respiradores.

Aurino Batista de Souza Filho, outro detido ontem, integra a A2A Comércio Serviços e Representações, companhia do ramo de informática que também abocanhou contrato emergencial para oferta de respiradores.

No caso da operação de ontem, o MP do Rio acredita que as empresas que demonstraram interesse em participar do processo de contratação para fornecimento de respiradores eram de fachada e tinham alguma relação com a Arc Fontoura Indústria e Comércio e Representações.

A Farmaeros Comércio de Medicamentos e Alimentos Ltda e a Jabel Marketing e Representações Ltda possuem relações diretas entre seus sócios. Cinthya era funcionária da Farmaeros.

Gabriell Neves foi afastado das funções depois que veio a público o volume financeiro empenhado pela secretaria em contratos emergenciais para o combate ao novo coronavírus: R$ 1 bilhão – a maior parte, quase R$ 836 milhões, seria destinada para a OS (Organização Social) Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde). A quantia serviu para compra, sem licitação, de máscaras, testes e respiradores.

Auditoria foi determinada pelo governador para apurar todos os acordos firmados pelo ex-subsecretário de Saúde. Assembleia Legislativa e Tribunal de Contas do Estado também acompanham os trabalhos de apuração.

O Rio de Janeiro vive uma das situações mais delicadas do País no combate ao novo coronavírus. Ontem, o governo do Estado informou que são 1.394 mortos (189 óbitos nas últimas 24 horas) e 14.156 casos confirmados de Covid-19 (861 novos).  




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