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Escolas privadas antecipam férias

Tradicional pausa das aulas em julho será transferida para abril; na rede pública, cidades seguem o calendário do Governo do Estado

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
01/04/2020 | 00:01
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Pixabay


 A Aesp (Associação de Escolas Particulares) ABC determinou que as unidades de ensino privado da região antecipem as férias de julho para abril. De acordo com a presidente da entidade, Oswana Famelli, a medida vai servir para que as escolas se organizem e preparem profissionais e materiais para a continuidade do aprendizado de forma remota, uma vez que ainda não se sabe até quando a suspensão das aulas presenciais vai continuar. As atividades foram suspensas em todo o Estado no dia 23, como uma das medidas para combater o avanço da pandemia da Covid-19.

“Nos próximos dias as famílias serão avisadas. As férias podem ser a partir do dia 1º (hoje) ou a partir do dia 6 (segunda-feira)”, relatou Oswana. A presidente destacou que entende que a mudança afeta a rotina das famílias, mas pontuou que a preocupação é com a preservação da saúde de todos. “Me parece também mais sensato antecipar as férias agora do que parar novamente em julho, se já estivéssemos com as atividades retomadas”, completou.

Oswana relatou que tem recebido muitos contatos de pais questionando sobre o retorno das aulas e também preocupados com a questão financeira. “Reitero a necessidade de se seguir os pagamentos das mensalidades, porque é isso que mantém a escola funcionando. Casos pontuais serão avaliados”, afirmou. “Este pode ser também bom momento de reflexão sobre a parceria entre famílias e escolas. Uma mudança no olhar da educação formal e a importância de nos unirmos para mantermos acesas as chamas da educação”, concluiu.

Algumas instituições já avisaram as famílias sobre as mudanças, como a Escola Santo Antônio, de Santo André, e os colégios Ábaco e Villa Lobos, de São Bernardo. “Já nos avisaram de que as férias serão de 13 de abril a 13 de maio e também houve redução no valor da mensalidade integral, do custo referente à alimentação”, explicou a professora Ivy Regina de Lima Lavado, mãe de uma aluna na Escola Santo Antônio. A funcionária pública Bibiana Monteiro, 43, ainda não foi informada sobre antecipação das férias no Colégio Arbos, de São Bernardo, onde estudam os filhos. “Acho que é um tiro no pé. Não poderemos ter férias por quatro meses e não sabemos o quanto isso vai durar”, opinou.

O advogado especialista em direito civil Arthur Azeredo explicou que mesmo que as aulas estejam suspensas, o pagamento das mensalidades deve continuar. “Quando se contrata uma escola, estamos contratando o ano todo, com um determinado número de dias letivos. O pagamento é feito de forma parcelada, mas não é mediante ao mês de aulas”, detalhou. “Os dias letivos ainda podem ser repostos, porque não sabemos o quanto vai durar a quarentena. Hoje, é isso que temos”, completou.

Pagamentos de itens extras, como alimentação, transportes, aulas complementares, estes sim podem ser negociados com as escolas para que sejam interrompidos.

Redes municipais do Grande ABC acompanham o calendário estadual
Na rede pública, a pausa nas aulas em julho é tratada como recesso e não férias. Segundo a coordenadora do GT (Grupo de Trabalho) Educação do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e secretária em exercício da Educação em Santo André, Zane Machi, as prefeituras estão, de forma geral, seguindo as mudanças de calendário da rede estadual.

Nas escolas do Estado, o recesso foi decretado entre os dias 23 de maio e 3 de abril (terça-feira) e, a partir do dia 6 (sexta-feira), haverá duas semanas de férias. Nas redes municipais de Santo André e São Bernardo, o recesso começa hoje e deve durar 15 dias. Em São Caetano, a pausa segue até o dia 3 e no dia 6 tem início o envio de atividades para os alunos desenvolverem em casa. Em Ribeirão Pires, o recesso que começou dia 23 segue até sexta e, à partir de segunda-feira, os professores estão disponíveis para teletrabalho.

“Isso não quer dizer que em julho não haverá o recesso. Não sabemos até quando dura essa pandemia e as decisões estão sendo tomadas dia a dia”, explicou Zane. Em Diadema e Mauá, a suspensão das aulas segue até sexta-feira por força do decreto estadual, mas as prefeituras informam que ainda avaliam a possibilidade de antecipar o recesso.




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