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Voluntários produzem máscara 3D

Moradores da região contribuem para proteção individual de profissionais de hospitais e unidades básicas de saúde do Grande ABC

Aline Melo
Vinicius Castelli
Do Diário do Grande ABC
31/03/2020 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


Moradores do Grande ABC estão se mobilizando para produzir em impressoras 3D máscaras de acetato, que serão doadas a hospitais e unidades básicas de saúde do Grande ABC. O movimento tem ganhado força na internet e os voluntários utilizam modelos (na verdade, são escudos faciais, já que cobrem todo o rosto) que estão disponibilizados on-line, de forma gratuita. Munícipes de Diadema, Santo André e Ribeirão Pires já trabalham na iniciativa e ao menos 30 máscaras já foram doadas para a Secretaria de Saúde de Diadema.

O produtor cultural José Luís de Freitas, 35 anos, fabricou os itens doados a Diadema, mas já se prepara para nova remessa, após receber oferta do material utilizado: folhas de acetato, elásticos e filamentos. As máscaras são reutilizáveis após higienização e podem ajudar as equipes de saúde a se protegerem em meio à pandemia da Covid-19. “Em Diadema, a demanda é de 2.000 unidades”, afirmou Freitas. “A produção é relativamente barata, mas cada máscara leva cerca de 40 minutos para ficar pronta, por isso, quanto mais pessoas estiverem produzindo, melhor”, pontuou.

Morador da cidade, o produtor tem contado com apoio de pessoas da região e convoca a população a colaborar, seja produzindo máscaras em suas impressoras, seja doando o material utilizado na fabricação. “Temos muitas empresas paradas, com material estocado, se a gente se articular, todos podem ajudar”, completou Freitas. Para o secretário de Saúde de Diadema, Luís Cláudio Sartori, as doações são de extrema importância para o município. “A Secretaria de Saúde espera que estas iniciativas sejam seguidas por outras empresas e pessoas da cidade e região. Este é um momento de união e de solidariedade”, afirmou.

Em Santo André pai e filho pararam a impressão 3D de seus produtos comerciais e se dedicam à produção das máscaras. Eduardo, 24, da Tier UP (consultoria empresarial), e Leandro Brandão, 62, da Techboard (informática e tecnologia), também vão doar os produtos para entidades e profissionais de saúde do Grande ABC. “Vimos que a situação está complicada (por conta do novo coronavírus) e começamos a imprimir as máscaras. Estamos aqui para ajudar quem precisar. Nossa vontade é que as peças possam ir para lugares mais críticos, mais necessitados”, explicou Eduardo, que acredita que conseguirá produzir 2.000 máscaras.

Engenheiro e pesquisador em tecnologia assistiva, o morador de Ribeirão Pires Marcelo Botelho, 33, também está nessa empreitada. Em seu escritório que ele produz as máscaras, de polímero termoplástico. Para isso, usa cinco impressoras 3D, que trabalham de 14 a 16 horas por dia. Todas serão doadas para a Prefeitura e utilizadas por profissionais do Hospital e Maternidade São Lucas, UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santa Luzia e Central de Transporte de passageiros. O primeiro lote, com 50 unidades, ele entregou na sexta-feira. “Nosso objetivo inicial é fabricar 350 unidades para o município”, disse Marcelo.

Todos os voluntários necessitam de apoio para continuar a produção de máscaras. José Luis de Freitas pode ser contatado pelo telefone (11) 97337-5859, e os Brandão, pelo e-mail eduardobrandao@tierup.com.br. É possível também contribuir com os moradores de Santo André por meio de vaquinha on-line (https://www.catarse.me/mascaras_de_protecao3D?ref=project_link). 




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