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Batalhão de São Bernardo é 8º mais letal do Estado

Levantamento da Ouvidoria da Polícia aponta que 40º BPM foi responsável por 11 mortes neste ano

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
12/12/2019 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Levantamento da Ouvidoria da Polícia de São Paulo aponta que o 40º BPM (Batalhão da Polícia Militar) de São Bernardo ocupa o oitavo lugar no ranking de letalidade do Estado, com 11 mortes até novembro deste ano. Benedito Mariano, ouvidor da PM (Polícia Militar), avalia que a tendência é a de que 2019 encerre com alta de pelo menos 10% em comparação a 2018 nas ocorrências.

“A avaliação preliminar mostra que já foram 697 pessoas mortas em ações policiais (em todo Estado). No ano passado, no mesmo período, foram 686, indicando uma curva ascendente da letalidade”, explicou Mariano. Segundo ele, é necessário centralizar as investigações no órgão de expertise, a Corregedoria, já que apenas 3% dos casos são apurados por este meio. “Os demais inquéritos são investigados pelo próprio batalhão de origem do PM (Policial Militar). Precisamos que o inquérito siga, automaticamente, para a Corregedoria.”

Exemplo é o caso de Lucas Eduardo Martins Santos, 14 anos, que desapareceu na favela do Amor, em Santo André, em 12 de novembro após abordagem policial. Seu corpo foi encontrado no dia 15 do mesmo mês na Represa Billings, no Parque do Pedroso. “O inquérito foi instaurado no batalhão de Santo André e foi alocado para a Corregedoria, não foi automaticamente para lá”, completou o ouvidor.

Comandante da PM na região, coronel Renato Nery Machado observou que o número se deu em razão do aumento das operações no decorrer de 2019. “Durante todo o ano, a atuação ostensiva foi mais intensa. Tivemos, em média, três operações por semana. Isso resultou em aumento dos confrontos iniciados pelos marginais, principalmente em casos de roubo”, assinalou. “Nunca esperamos uma reação armada e o objetivo é sempre manter vidas, mas, infelizmente, há ocorrências onde os criminosos vão ao combate.”

Os demais batalhões do Grande ABC não constam no levantamento parcial, uma vez que não possuem números “significativos”, ou seja, abaixo de oito civis mortos. Conforme Mariano, estudo completo de 2019, incluindo a Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), será divulgado em janeiro.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) informou que não comenta pesquisas cuja metodologia desconhece. Além disso, garantiu que a Resolução SSP 40/2015 garante total eficácia nas investigações, com o comparecimento das corregedorias, além de equipe específica do IML (Instituto Médico-Legal) e IC (Instituto de Criminalística) e integrantes do MP (Ministério Público).




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