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Região gastará R$ 8,7 mi a mais na Black Friday

Ao todo, serão desembolsados R$ 64,2 milhões; lojas físicas também apostarão em promoções

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
16/11/2019 | 07:00
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DGABC


Os consumidores da região devem gastar 15,5% a mais na Black Friday deste ano do que na mesma data em 2018. A projeção é a de que a data voltada para grandes liquidações no comércio, que acontece na última sexta-feira de novembro (dia 29), estimule desembolso dos moradores das sete cidades da ordem de R$ 64,2 milhões, o que representa R$ 8,7 milhões a mais do que no ano passado, quando foi de R$ 55,5 milhões.

O levantamento é do site BlackFriday.com.br, idealizador do evento no Brasil, feito a pedido do Diário. Para especialistas, o motivo da alta na movimentação das compras, mesmo com a economia ainda dando passos lentos na recuperação, é a demanda pelas compras on-line e também a confiança sobre o evento, que começou no Brasil em 2010.

“São dois os principais motivos (para o crescimento): economia estável, não mais em crise ou decréscimo, apesar de ainda não apresentar expansão, e o fato de a ação ser majoritariamente on-line. Há uma demanda reprimida de e-consumidores, com 120 milhões de potenciais consumidores, com acesso à internet de casa e trabalho, e somente 60 milhões de pessoas que compraram ao menos uma vez pela web. Esse fato ajudou a Black Friday a crescer, mesmo nos anos do ápice da crise”, disse o idealizador do evento, Ricardo Bove.

De acordo com análise do CEO da Hello Research, agência de pesquisa de mercado e inteligência, Davi Bertoncello, a perspectiva do consumidor sobre a data vem crescendo ano a ano. Mas ainda é preciso ter cautela na aposta das ofertas. “Como as compras pela internet já são uma realidade para alguns, comparar preços entre lojas físicas e virtuais tem se tornado uma prática comum na pesquisa de preços. Outro fato importante que faz a Black Friday ser bastante esperada pelos brasileiros deve-se à sua proximidade do Natal, sendo a data o momento ideal de antecipar a compra de presentes”, afirmou.

De acordo com pesquisa realizada no site BlackFriday.com.br, os itens mais buscados devem ser smartphones (37%), eletrodomésticos (36%), televisores (29%) e informática (24%). Bove afirmou que a preferência é por produtos de maiores preços. “Além dos altos valores, são produtos que não são de necessidade imediata, ou seja, há uma pesquisa já sendo feita há alguns meses”, afirmou.

“Também é uma data onde as pessoas compram para si e não para presentear. Cerca de 90% compram para si mesmo. E elas também gastam mais, já que o tíquete médio fica R$ 600, sendo que em um dia comum é de R$ 430. Isso porque as pessoas costumam fazer mais de uma compra”, completou.

COMÉRCIO DE RUA
Mesmo a maior parte das ofertas ocorrer em lojas on-line, o comércio de rua também aproveita a data para incrementar as vendas. De acordo com o vice-presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), Valter Moura Júnior, o comércio varejista da cidade adotou o ‘esquenta’ da Black Friday para impulsionar as vendas de Natal. A expectativa é a de que as lojas vendam 12% a mais do que no mesmo período do ano passado. “O evento potencializa o movimento durante o mês todo porque o comércio vai antecipando a promoção ao longo do período. Mas, na data mesmo, sempre há uma demanda maior, em especial para o e-commerce e produtos eletrônicos, sem falar nas grandes redes varejistas. Mas as lojas físicas também adotam a estratégia”, afirmou. Bove concordou. “Antes, as vendas eram 100% on-line, agora, o varejo físico já corresponde a 40%.”

É preciso pesquisar preços e sites que estão na lista negra
Apesar de a data ser esperada pelos consumidores, há algumas orientações para evitar dores de cabeça. Entre elas, estão a pesquisa de preço do produto antes da data e a atenção na hora de fechar a compra.

O diretor executivo da Fundação Procon-SP, Fernando Capez, orientou que os consumidores listem o que pretendem comprar e também pesquisem os preços, ainda antes da Black Friday. “A partir daí, você faz a comparação no dia 29 de novembro para saber se tem desconto mesmo ou se o desconto nada mais é do que a metade do dobro. Ou seja, ele aumenta perto da data e te dá o mesmo desconto do aumento. Isso se chama desconto maquiado”, afirmou.

Além disso, é importante que o consumidor fique atento ao valor do frete, já que ele pode ser maior do que era oferecido anteriormente para compensar o desconto. O Procon também orienta atenção nos prazos e na política de trocas (leia mais na arte ao lado).

“Verifique se a empresa não é picareta. No site do Procon é possível ver se há alguma restrição”, orientou Capez.

A lista Evite Esses Sites, que atualmente possui 307 cadastrados, foi criada em 2011. As empresas que figuram na lista são fornecedores que tiveram reclamações dos seus clientes registradas no Procon, foram notificadas e não responderam ou não foram encontradas. A principal queixa contra esses sites é a não entrega do produto dentro do prazo.

“Como essas empresas já apresentaram problemas nas suas relações com o consumidor, o ideal é fugir delas. Elas não entregam o que prometem, atrasam e podem fazer todo tipo de problema”, afirmou o diretor executivo do Procon.

É possível conferir a listagem no https://sistemas.procon.sp.gov.br/evitesite/list/evitesites.php.




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