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Lula diz que Palocci é 'imprescindível para o Brasil'
Do Diário OnLine
23/11/2005 | 17:10
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender nesta quarta-feira a permanência de Antonio Palocci à frente do Ministério da Fazenda. No entanto, ao contrário das outras vezes, quando apenas confirmava a continuidade do ministro no seu governo, Lula reconheceu a importância do mesmo para a continuidade da política econômica nacional. "Eu acho que não dá para se deixar levar por especulações. O Palocci é uma figura imprescindível ao Brasil. Todo mundo sabe o que o Palocci significa para a economia brasileira. Portanto, eu acho que tem gente que aposta que o Brasil não dê certo", disse o presidente a alguns jornalistas, após a visita que fez à plataforma P-50, em Niterói (RJ).

As palavras de Lula soaram como a resposta que Palocci pediu nas 'entrelinhas' durante depoimento à Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, na última terça-feira. O ministro deixou claro aos deputados que a sua permanência ou não na Esplanada dos Ministério dependia apenas do Presidente da República. "Eu não posso responder sobre isso, só o presidente Lula pode dar essa resposta", disse Palocci, ontem, ao ser indagado se ficaria ou na à frente da Fazenda.

Diante da guerra declarada entre governo e oposição, Lula não deixou escapar a oportunidade de dar uma 'cutucada' nos rivais. "Tem sempre alguém que aposta que o Brasil não deu certo. Aliás, tem gente que só sabe trabalhar em cima da desgraça dos outros. Acho que as pessoas deveriam ser agradecidas pelo que o Palocci fez pela economia do Brasil", afirmou o presidente, que continuou. "Eu acho que não dá para se deixar levar por especulações."

Para colocar mais 'panos quentes' na troca de farpas entre Palocci e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o corintiano Lula usou uma de suas famosas metáforas futebolísticas. "É como um time de futebol, tem lugar para onze jogadores com características diferentes. No governo é a mesma coisa", declarou. Há alguns dias, Dilma classificou como "rudimentar" a política econômica adotada pelo ministro da Fazenda. Irritado, Palocci pediu 'prestígio' a Lula e não pensou duas vezes em, publicamente, afirmar que a ministra estava "errada" em suas convicções.

Economia 'blindada' – Na tentativa de tranqüilizar a sociedade brasileira, Lula afirmou que a onda de 'denuncismo' – 'caixa 2' e 'mensalão' – não vai interferir no seu governo. "Nós vamos continuar fazendo as coisas que estamos fazendo porque estamos convencidos de que estamos no caminho certo", disse. "Não se preocupem com as coisas que saem, o 'denuncismo' e as brigas. Isso atormenta e preocupa todo mundo, mas não haverá nenhum momento da eleição que me faça mudar a trajetória que nós traçamos para este país."

Lula afirmou que o governo vem fazendo um "jogo" com uma combinação muito boa e que deve trazer resultados melhores no ano que vem como a abertura de mais postos de trabalho. "Em que momento a gente combinou crescimento de exportações com o crescimento do mercado interno, crescimento econômico com inflação baixa neste país? Toda vez que o Brasil cresceu a inflação ia para dois dígitos. Nós estamos crescendo e a inflação está a 5%".

O presidente criticou quem aposta no fracasso de seu governo. "Quando eu fui eleito, eles apostavam no fracasso. 'Esse metalúrgico ser presidente da República? O cara, quando muito, tem que ser torneiro e nunca presidente da República'".

A plataforma P-50 irá produzir 180 mil barris diários de petróleo. Com índice de nacionalização de 35%, a nova plataforma custou US$ 634 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão), gerando 4 mil empregos diretos e 12 mil indiretos.




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