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Sindicato rejeita curso de padeiro em Mauá
Por Guilherme Yoshida
Especial para o Diário
20/11/2005 | 10:17
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O que poderia ser uma ação positiva do Fundo Social de Solidariedade de Mauá, que iniciou a primeira turma do curso de padaria artesanal da cidade, se transformou em motivo de controvérsia com o presidente do Sipan (Sindicato da Indústria de Panificação do ABC), Antonio Carlos Henriques. "Não apenas sou contrário à realização do curso como os alunos estão sendo enganados", afirma.

O curso do Fundo Social atende 32 pessoas carentes de Mauá e tem duração de dois meses. O objetivo é ensinar a técnica de produção de pães como uma nova fonte de renda a pessoas desempregadas. Para atingir esse objetivo, o Fundo Social do Estado - parceiro no projeto - cedeu os equipamentos de cozinha para as aulas práticas, tais como fornos, balanças, medidor e botijão de gás.

O ponto discordante colocado pelo presidente do Sipan reside no fato de que a entidade, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mauá, já ministra curso semelhante - Panificação, Higiene e Manipulação de Alimentos - em Santo André, com maquinário profissional e o mesmo objetivo de profissionalização.

"O curso do Fundo Social não dá condições para os alunos ingressarem no mercado. Estão contribuindo apenas para o aumento do emprego informal", avalia Henriques, que ameaça romper a parceria com a secretaria do município sob a alegação de que cursos caseiros prejudicam o mercado. "O emprego informal é maléfico. Queremos profissionais registrados", diz.

Sílvia Grecco, assessora de gabinete do Fundo Social de Mauá, diz que o foco do curso não é a profissionalização, mas dar a desempregados a chance de ter uma nova profissão e uma fonte de renda extra.

É o caso de Marisa de Souza Silva, que começou a fazer o curso porque a venda dos pães ajudará na renda familiar. Moradora do Jardim Oratório, em Mauá, a aluna de 15 anos presta atenção às aulas para depois colocar o aprendizado em prática.

"Minha mãe tem um barzinho. Vou ajudá-la vendendo os pães que fizer", diz. Após o término do curso, os alunos serão orientados pelo Sebrae sobre como comercializar os pães e, autorizados pela prefeitura, a vender os produtos nos órgãos públicos. "Eles saem do curso preparados para trabalhar em padarias ou produzir pães artesanais em casa para vender", diz Sílvia Grecco.




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