Desvendando a economia Titulo Desvendando a economia
Erradicar a pobreza e estimular o desenvolvimento
Alexandre Borbely
Professor de Economia da Metodista
27/08/2016 | 07:14
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Em épocas de crise econômica, o nível de renda passa a ser um dos fatores mais preocupantes da população. Sem emprego, o bem-estar das pessoas é nitidamente reduzido. Além do mais, nesses períodos, os poucos empregos gerados na economia são oferecidos com salários extremamente baixos. Isso afeta diretamente o mercado, mas, principalmente a condição de vida da população. O grau de desenvolvimento de um país pode ser observado e medido por meio de série de indicadores. Por exemplo, o nível de renda per capita, a taxa de poupança per capita, o nível de emprego, o crescimento demográfico e o índice de analfabetismo, dentre outros.

É difícil conceituar desenvolvimento e subdesenvolvimento. Os termos que podemos abordar para esses conceitos são muito relativos. Para se ter ideia, pobreza também existe em países industrializados, como os Estados Unidos. Mas, sem dúvida, a pobreza está mais presente no cotidiano das nações subdesenvolvidas. Em algumas regiões da Ásia e da África Subsaariana, por exemplo, altos índices de pobreza fazem parte do cotidiano dessas economias. No caso específico da África Subsaariana, o forte crescimento demográfico é um dos principais fatores que explicam o elevado nível de pobreza.

Assim, o que de fato diferencia esses conceitos está na comparação do nível de vida ao qual está submetida a população dos diferentes países. Na Europa, o estado de bem-estar conduzido por políticas econômicas e sociais após a Segunda Guerra Mundial reduziu significativamente o nível de pobreza. Mais recentemente, com a entrada de refugiados vindos de países do Oriente Médio e da África, a pobreza voltou ao debate no continente europeu. O subdesenvolvimento econômico pode ser observado e definido quando um conjunto de fatores está presente, tais como crescimento demográfico superior ao crescimento econômico, concentração de renda e riqueza, baixa renda e reduzida taxa de poupança per capita, desemprego estrutural, altos índices de analfabetismo, condições sanitárias precárias, estrutura produtiva defasada e, principalmente, grande contingente da população em extrema pobreza.

O Banco Mundial tem papel fundamental para promover a redução da pobreza no mundo. Com capital subscrito pelos países integrantes, essa instituição concede empréstimos de longo prazo para ajudar países mais pobres a promover projetos de desenvolvimento econômico e social. Erradicar a pobreza no mundo até 2030 é a sua principal meta. No entanto, a redução no ritmo do crescimento econômico mundial, e o fato de boa parte da população mais pobre estar em países de extrema fragilidade econômica – e, sobretudo, afetados por conflitos – fazem com que tal propósito seja extremamente ambicioso. No entanto, de acordo com a entidade, criar oportunidades de renda e emprego, investir no acesso e na qualidade da Educação, da Saúde, do saneamento básico, erradicar a fome, a doença e a seca, dentre outras calamidades, são objetivos a serem batidos pelos países que enfrentam tais dificuldades.

Nesse aspecto, cabe ao Estado das nações com alto nível de pobreza realizar políticas e medidas econômicas no sentido de melhorar o bem-estar da população. Chegamos à condição de que reduzir os níveis de pobreza é condição essencial à melhoria de toda a sociedade. O papel do Estado passa por promover o funcionamento adequado dos mercados. Ou seja, o Estado deve contribuir no sentido de os mercados operarem de forma eficiente. Sendo assim, a interação entre governos e mercados é condição elementar para o desenvolvimento econômico. No entanto, não é isso que se observa nas economias subdesenvolvidas. A realidade demonstra que o Estado exerce papel de pouca expressão para melhoria das condições de vida da população desses países. Portanto, o próprio Estado prejudica o funcionamento dos mercados dessas economias.

Não estamos tratando aqui do que é melhor, ou seja, Estado ou mercado. Cada agente tem papel importante para a economia. A competição permite conseguir sistema eficiente de produção e distribuição de bens e serviços. A concorrência estimula o empreendedorismo e o acesso às novas tecnologias. Cabe ao Estado regular com eficiência as falhas de mercado, promover o desenvolvimento e ser o motor da erradicação da pobreza. Portanto, eliminar a pobreza é condição essencial para o desenvolvimento econômico. Deve ser a principal meta na agenda de todos os países. O Estado tem papel fundamental nesta questão. Acima de tudo, a pobreza é uma questão humanitária que precisa ser banida. 




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