Moradores da Vila Sá, na divisa entre Santo André e a Capital, enfrentam diversos transtornos devido à queda de passarela sobre o Córrego Oratório, em fevereiro. A passagem está em obras, o que obriga pedestres a utilizar ponte de madeira improvisada. O principal problema, no entanto, é ter de dividir o espaço com bicicletas, motos e até mesmo animais de carga diariamente.
O drama dos moradores começou em fevereiro, quando temporal causou a destruição da passarela, que já não apresentava condições ideais de funcionamento. Na época, até mesmo residências foram destruídas pela forte chuva.
Na segunda-feira, alunos da Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Maria Cecília Dezan Rocha realizaram vistoria no entorno da unidade e foram até a ponte. Na ocasião, muitos deles relataram que utilizam o equipamento diariamente para o trajeto entre a casa e a escola, considerado arriscado pela garotada do bairro.
Na manhã de ontem, a equipe do Diário esteve no local durante cerca de 30 minutos. Neste período, mais de 20 motos foram flagradas cruzando a ponte, sendo que algumas delas realizavam o trajeto em alta velocidade, sem demonstrar respeito aos pedestres.
A dona de casa Kelly Garbi, 40 anos, faz a travessia diariamente com seus dois filhos. Ela lamenta a falta de segurança e ressalta que a passarela é o único caminho da comunidade. “Se eu for cruzar o córrego por outro lugar vou perder mais de meia hora caminhando. Isso aqui está muito perigoso. As motos não respeitam a gente, mesmo quando estamos com crianças.”
Garbi ainda opina que o equipamento de madeira improvisado para a passagem não é seguro. “A ponte treme muito e parece que vai ceder. Há mais ou menos um mês, uma senhora idosa caiu no córrego, pois se desequilibrou e não teve onde segurar. A situação está difícil.”
Expostas às más condições climáticas, algumas tábuas da passarela já apresentam sinais de deterioração. A aposentada Eunice Alves Bezerra, 66, brinca que só se pode atravessar o equipamento com fé. “Isso aqui está muito ruim. Estou andando mais devagar por conta das sacolas de compras, então o risco aumenta. Tem que confiar na proteção de Deus para passar por aqui.”
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