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Sindicato reverte 10 demissões na GM

Trabalhadores em lay-off seguem acampados em frente à fábrica em protesto contra 419 cortes

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
15/07/2015 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano reverteu dez das 419 demissões realizadas pela General Motors na semana passada. O presidente da entidade, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, conta que nem todos desse grupo de readmitidos eram sequelados, ou seja, que sofreram acidente de trabalho ou possuem restrição médica. “Dentre os casos reconsiderados, tinha também doença degenerativa, problema com filhos e dependência do plano de saúde”, afirma, sem entrar em detalhes.

Na segunda-feira, Cidão levou para a diretoria da GM 28 pedidos de trabalhadores que procuraram o sindicato após a notícia dos cortes. “Apresentamos a situação de cada um deles e demos nossos argumentos. Embora eles estivessem em lay-off (suspensão temporária de contrato), agora deverão voltar a trabalhar”, explica. Os profissionais ainda não sabem da notícia, que, segundo o sindicalista, será informada pela própria montadora.

Enquanto isso, operários que estão em lay-off até outubro seguem com o acampamento em frente à fabrica. O movimento, que protesta contra as demissões, especialmente as de lesionados, e também pede a adesão da GM ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego) para manter o trabalho dos que ainda não foram dispensados, ocorre paralelamente à ação do sindicato – os pedidos para participar do pacote do governo poderão ser feitos a partir do dia 22. O ato está sendo realizado por profissionais da chapa de oposição à entidade.

Segundo um dos organizadores, João Sipriano, o Magrão, o plano é acampar por tempo indeterminado. “Por enquanto estamos no aguardo da empresa”, conta, ao revelar que ainda não houve contato com a GM.

Segundo o operário, está havendo revezamento entre cerca de 150 pessoas nos períodos da manhã, tarde e noite nas 20 barracas instaladas na calçada desde domingo. Questionado se o grupo procurou a ajuda do sindicato para reconsiderar as demissões, Magrão disse que não, pois, segundo ele, a entidade não está do lado deles. “Eles estão contra os trabalhadores, pois muita gente tem banco de horas negativo e perde R$ 4.000 a R$ 5.000 na rescisão. O máximo que pode ser descontado é o equivalente a 100 horas. Queremos que os demitidos façam a homologação no Ministério do Trabalho, mas o sindicato diz que deve ser feita na entidade.”

Cidão responde que, conforme previsto no acordo coletivo da categoria, o máximo a ser descontado é de 172 horas, o que equivale ao limite de um salário do profissional. As homologações devem começar hoje. Segundo o sindicalista, não houve mais demandas de trabalhadores para pedir a reversão do corte.

Procurada novamente, a GM ainda não se manifestou sobre o acampamento até o fechamento desta edição. 




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