Setecidades Titulo Meio Ambiente
Compensações do
Rodoanel emperram

Após quase três anos da inauguração, dois parques que
seriam feitos em São Bernardo ainda não saíram do papel

Por Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
28/12/2012 | 07:00
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Após quase três anos da inauguração do Trecho Sul do Rodoanel - o complexo viário iniciou operação em março de 2010 -, dois parques que seriam implementados pela Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S. A.) em São Bernardo como compensação ambiental ainda não saíram do papel. Longo jogo de empurra entre a empresa e Prefeitura emperrou a instalação das duas áreas de lazer.

Um dos equipamentos previstos é o Parque Riacho Grande. Trata-se de uma unidade de conservação ambiental que possui 220 hectares de mata à beira da Represa Billings. O espaço, que está localizado próximo da favela do Areião, servirá para preservação da fauna e flora local. A intenção é que a área torne-se ponto turístico ambiental da cidade.

A Dersa informou que iniciou a implementação do Parque Riacho Grande em 2009 e que já cumpriu com todas as responsabilidades atribuídas à empresa, como a realização de desapropriações, construção da infraestrutura básica (sede e três portarias) e elaboração do plano de gestão da área. O investimento para realização foi de R$ 28 milhões.

No entanto, a equipe do Diário constatou apenas a guarita com guarda no local. O único acesso ao parque é a Estrada da Pedra Branca, que apresenta condições precárias de circulação.

Já o Parque da Billings não deve sair do papel. Para viabilizar a construção de ponte do Rodoanel Sul, foi necessário aterrar grande porção do corpo da represa. Como medida mitigatória ao aterro, a Dersa sugeriu, em 2009, a construção de um parque popular, projetado pelo escritório do arquiteto Ruy Ohtake, que seria constituído por diversos equipamentos de lazer e esporte. A ideia seria aproveitar o aterramento de 30 mil m² do reservatório. O investimento previsto é de R$ 40 milhões.

Porém, a Prefeitura rejeitou a proposta da implementação do parque e concordou com a permanência do aterro, solicitando a aplicação dos recursos em outros projetos, fora da área do aterro. A alegação dada pela administração municipal foi de que o equipamento seria implementado debaixo da ponte, em área de acesso restrito. Para viabilizá-lo seria necessário elevar o aterro, já que, na altura atual, corre risco de ser inundado pelas águas da represa, segundo a Prefeitura.

A Dersa afirma que todos os estudos de avaliação de impactos ambientais foram realizados e os resultados obtidos apontaram pela viabilidade do parque. Segundo a empresa, como trata-se de uma ação de mitigação exclusiva, os recursos previstos só podem ser utilizados na própria área, ou seja, no aterro implantado.

INDEFINIÇÕES

Ainda não há previsão para inauguração do Parque Riacho Grande. De acordo com a Dersa, para a área entrar em funcionamento é necessário que a Prefeitura assuma sua administração e que as desapropriações judiciais sejam concluídas.

A empresa informou que 74% dos 93 imóveis previstos para serem retirados do local já foram desocupados. A administração municipal alegou que ainda há pessoas residindo na área e que só assumirá o espaço após o processo de remoção das famílias ser concluído.

Sobre o Parque da Billings, a Prefeitura informou que ainda não foi possível realizar discussão com a Dersa para definir como essa verba será aplicada. A empresa diz que, como alternativa, elaborou projeto de paisagismo para o local e o submeteu ao município, mas ainda não obteve resposta.




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