A delicadeza dos arranjos e a força da voz são dois quesitos que ilustram o trabalho de Bruna Moraes. Paulistana, ela é daquelas cantoras donas de voz marcante. Precoce, ela subiu ao palco pela primeira vez em 2009, aos 14 anos. Agora, aos 18, ela tira do forno seu primeiro álbum, Olho de Dentro (Kuarup Música, R$ 20 em média).

Bruna não usa como alicerce sua voz apenas, ela chega ao mercado fonográfico e se mostra uma promissora compositora. Das 11 composições da obra, sete são assinadas pela artista. Ilustradas por cordas de violão, harmonias de piano e batida marcante do contrabaixo, entre outros instrumentos, as músicas mergulham na MPB.

Muito Mais é bom exemplo disso. De levada calma, a suave música serve de palco para a cantora brincar com a voz.

Mas Olho de Dentro não é só MPB. O disco traz pitadas de outros gêneros musicais, caso de Iansã. Faixa dedicada à orixá, a canção composta pela cantora quando tinha 14 anos – e há muito tempo esquecida na gaveta –, traz diversas influências de jazz.

Além das autorais, o disco traz outras gratas surpresas. Uma delas é Levante de Bordel, canção inédita assinada por Taiguara. Chico Buarque é lembrado na faixa Sem Fantasia, que conta com a participação especial do cantor Lenine Guarani.