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‘É ruim da cabeça ou doente do pé'

Os militantes que nos perdoem, mas o problema não é de bolinha de papel ou algo mais pesado

Carlos Brickmann
24/10/2010 | 00:00
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Os militantes que nos perdoem, mas o problema não é de bolinha de papel ou algo mais pesado: o problema é uma milícia descontrolada tentar impedir a propaganda eleitoral do adversário. A Constituição garante o direito de ir e vir; garante também o direito de manifestação pacífica. Os adversários de Serra tinham todo o direito de protestar contra ele, de gritar slogans, até mesmo de ser ridículos, chamando-o de assassino; mas não tinham direito algum de tentar dissolver sua passeata, ou de aproximar-se dele com intenções abertamente agressivas.

Para que tanto ódio? Para nada: tirando o pessoal do Ministério da Verdade Absoluta e de movimentos como o MST, poucas candidaturas podem ser tão parecidas quanto as de Serra e Dilma. Os dois se dizem de esquerda, ambos já se declararam favoráveis e contrários ao aborto, os dois já defenderam o Estado laico e hoje discutem até quem mais usa a expressão "se Deus quiser" no seu dia-a-dia, ambos participaram de privatizações e condenam o adversário por tê-las feito. Os amigos são os mesmos: o Nelson Jobim que é ministro de Lula era ministro de Fernando Henrique e dividia apartamento em Brasília com Serra, o mesmo Romero Jucá que foi vice-líder do governo Fernando Henrique é líder do governo Lula. Os inimigos são os mesmos: o Íris Rezende que ataca Serra e Fernando Henrique é aquele que nas últimas eleições presidenciais falava o diabo de Lula. Até os programas de governo de ambos são iguais: os dois não existem.




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