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Mercedes reabre terceiro turno no início do ano que vem

Montadora anunciou a efetivação de 700 temporários e a contratação de 250 em 2021

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
12/11/2020 | 00:05
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Ari Paleta/SMABC


Em meio a cenário de incertezas observado atualmente no mercado automotivo mundial, a Mercedes-Benz anunciou a volta do terceiro turno na fábrica de São Bernardo em 2021. A confirmação da empresa ocorre após o anúncio da efetivação de 700 trabalhadores na unidade pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. No primeiro semestre do ano que vem, a montadora também projeta 250 contratações.

Em setembro de 2019, a Mercedes retomou o segundo turno. Desde 2016, operava só com um. A última vez que abriu o terceiro foi em 2011.

A montadora alemã informou que apesar da drástica redução do mercado de veículos comerciais em 2020 por conta da pandemia, acredita no crescimento gradual das vendas de caminhões no primeiro semestre de 2021 no País. “Nesse contexto, com o intuito de atender os volumes de produção atuais e o crescimento futuro, a empresa negociou com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC a adoção de jornadas adicionais de trabalho nos próximos três meses e a implementação de um terceiro turno de caminhões a partir de fevereiro do próximo ano na fábrica de São Bernardo.”

A empresa esclareceu que este novo turno, inicialmente definido por um período determinado, não é só solução para aumentar a produção, mas uma alternativa encontrada para preservar o distanciamento dos trabalhadores como medida de prevenção à Covid-19. Novo grupo de 250 trabalhadores temporários serão contratados em razão do início do terceiro turno na produção de caminhões no ano que vem.

“A pandemia puxou o mercado para baixo, e tivemos uma queda forte. Quando se tem uma redução, há uma tendência de crescimento depois e é isso que a empresa prevê para o primeiro semestre do ano que vem, com a necessidade de fazer um terceiro turno de produção”, afirmou o secretário-geral do sindicato e CSE (Comitê Sindical de Empresa) na Mercedes, Moisés Selerges. “Esperamos que esse crescimento se mantenha no segundo semestre de 2021. Isso depende muito de como a economia vai reagir, já que dependemos das empresas de logística e do agronegócio”, concluiu.

Com a produção de caminhões, o cenário da Mercedes é diferente das demais indústrias automotivas da região – GM, Volkswagen e Toyota – que produzem automóveis e dependem do consumidor final, que enfrenta situações como o desemprego e a diminuição em 50% do valor do auxílio emergencial (de R$ 600 para R$ 300).

A Mercedes confirmou a manutenção de 450 empregos, entre temporários e aprendizes do Senai, que teriam seus contratos encerrados nos próximos meses e, com a decisão, terão seus postos preservados. E um grupo de cerca de 200 trabalhadores que tiveram seus contratos encerrados em setembro serão recontratados no primeiro trimestre de 2021.

Ainda em setembro, a Mercedes abriu PDV (Programa de Demissão Voluntária) e pretendia conseguir a adesão de cerca de 400 trabalhadores. Selerges não soube dizer o volume de adesões, pois a iniciativa não foi tomada em conjunto com o sindicato. Hoje, a fabricante emprega cerca de 8.500 profissionais na região.
 




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