Diarinho Titulo Especial
Em casa e com a mão na massa

Durante isolamento, estudantes da região descobriram novas paixões e aperfeiçoaram talentos

Por Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
11/10/2020 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Passar mais tempo em casa, longe da presença dos amigos da escola, por exemplo, como tem sido neste ano, devido à pandemia do novo coronavírus, pode ser entediante para muitos. No entanto, outros tantos aproveitaram todos esses meses de isolamento físico para descobrir hobbies (atividades que nos proporcionam prazer e diversão) antes jamais imaginados.

Um exemplo é Miguel Josgrilberg Godoy, 10 anos, de São Bernardo, que desde maio, quando a família foi para uma casa no Interior devido à quarentena, descobriu passatempo divertido: fazer crochê. “Vi uma amiga fazendo e me interessei, por isso continuei aprendendo no YouTube. Achei divertido.” Miguel é o primeiro em sua família a produzir peças em crochê. “Depois que passei a fazer, minhas avó e tia então aprendendo.”

Segundo o garoto, a técnica de criar objetos, roupas e sapatos com agulha e fio (que pode ser de lã, malha ou algodão, por exemplo), além de ‘legal, é relaxante’. Entre os itens que já produziu estão amigurumis (pequenos bonecos feitos com essa técnica), pantufas, capa para vasos e cestos.

De tanto praticar, Miguel já consegue produzir alguns itens em apenas três dias e pretende levar o passatempo adiante. O garoto divide o tempo fazendo crochê com videogame, e nem vê a hora de poder brincar com os amigos da escola.

Giulia Martinez Gomes, 9 anos, ao ficar isolada durante a pandemia começou a fazer paper squishy – brinquedo macio feito de espuma ou algodão que volta à forma original depois de ser espremido.

É fabricado em muitas formas e tamanhos diferentes, como animais, frutas e alimentos. A partir de abril, a garota começou a pegar embalagem de chocolate, salgadinhos e a reproduzir em escala menor com o auxílio de vídeos na internet. As produções são feitas com as amigas pelo computador. A atividade ajuda Giulia a driblar a saudade que tem de brincar com os amigos da escola. “Para fazer basta pegar uma folha de sulfite e fazer o desenho que preferir. Depois precisa pintá-lo e passar uma fita transparente para a folha ficar firme. Depois é a hora de recortar, colar a parte da frente e a de trás e colocar algodão entre elas, para que fiquem fofinhas”, explica a estudante, que mora em São Caetano. Os itens levam de 40 minutos a uma hora para ficarem prontos. Giulia dá incentivo aos iniciantes. “No começo deu tudo errado, mas depois de tentar, consegui fazer.”

A paixão por desenhar fez com que Lara Baptista Branco, 13 anos, de São Caetano, aperfeiçoasse seus traços. Durante esse período fazendo aulas pelo computador, mas sem ver os amigos pessoalmente, se inscreveu em um curso com cerca de 60 aulas ensinando sobre luz, sombra e perspectiva. Nos papéis, desenhos realistas e animês, em sua maioria. “Meus pais falaram com um amigo deles e ele começou a fazer um curso para aprender a desenhar, então, como eu já queria, mas não estava encontrando, resolvi fazer esse mesmo curso. Eram aulas gravadas, então podia assistir quando quisesse. Fazia quando tinha tempo livre, por isso durou mais ou menos uma semana.” A ideia de fazer o curso e melhorar os desenhos surgiu porque Lara se sente entediada sem as aulas presenciais. “É um hobbie e vou continuar a fazer no meu tempo livre.”

Momento é ideal para organizar rotina e realizar atividades diferentes

Realizar atividades é importante para todo indivíduo, sejam elas tarefas domésticas, brincadeiras, exercícios ou de cunho cultural. Os benefícios não são apenas físicos, mas mentais e de comportamento. Neste momento de isolamento físico, onde as escolas permanecem fechadas por causa da pandemia do novo coronavírus, é importante que, além das atividades escolares feitas em casa, haja momentos de descontração e atividades para se fazer que proporcionem diversão e prazer.

Tanto crianças como adultos e idosos precisam desses momentos, que servem como válvulas de escape, ou seja, que nos deixem felizes. Apostar em momentos artísticos, como pintura, desenho, produção de itens como crochê, traz sensação de bem-estar, além de serem atividades que preenchem o tempo com qualidade.

Neste período, no qual pouco saímos de casa, também é importante para nossa saúde, física e mental, que sigamos uma rotina. Ter horários estipulados para estudar, brincar, assistir à TV, jogar, se exercitar, descansar e realizar as refeições traz segurança, calma e organização. Aqueles que querem apostar na criatividade podem encaixar nos horários momentos para fazer a imaginação fluir. Massinha de modelar, tinta e papéis são ferramentas básicas para se descobrir talentos. Não fique parado e mãos à massa!

Curiosidades

As danças, por exemplo, contribuem para a criança entender seu próprio corpo, tanto no que diz respeito aos seus limites quanto às suas possibilidades.

Atividades artísticas que usem cores, formatos, sons, cheiros e texturas estimulam os sentidos das crianças, ajudando-as a se entenderem e a compreender suas semelhanças e diferenças.

A arte também ajuda no desenvolvimento da criatividade. Isso porque reflete a imaginação de cada um, já que estimula o desenvolvimento intelectual.

Conseguir se expressar artisticamente ajuda as crianças a terem uma maior capacidade de percepção e de bem-estar mental, funcionando como facilitadores da aprendizagem.
 




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