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Liberdade de expressão
Por Cíntia Bortotto
22/04/2019 | 07:00
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 Em uma semana em que tanto falamos em liberdade de imprensa, acho importante termos em mente um direito básico que a constituição nos garante: a liberdade de expressão.

Podemos até responder pela forma ou conteúdo do que falamos ou escrevemos, mas o direito de nos expressar é garantido.

Quando pensamos no humano dentro das organizações, tenho me perguntado: há espaço de expressão livre dentro delas?

Infelizmente nos últimos anos, presenciei situações em que executivos queriam ouvir o que “rezava a cartilha” dentro da empresa e não de fato o que as pessoas pensavam, e quando algum corajoso falava, muitas vezes era persuadido a voltar atrás e concordar com a maioria, senão...

Cheguei sim a presenciar demissões. Isso é triste e vai na contramão da diversidade e do compromisso das organizações com a inovação.

Muitos acham que aceitar a diversidade é uma questão de aceitação de gênero, raça, orientação sexual, entre outros, mas a diversidade começa na aceitação do que o outro pensa. É mais básico, mas muitas vezes isso não é respeitado.

Em um encontro de diretores e vps de RH no ano passado, uma jornalista que admiro muito nos perguntou: “Vocês acham a nova legislação é respeitada em empresas menores que as representadas no evento, e que de fato ela é aplicada ou os colaboradores estão à mercê do que empresários e executivos querem? Será que são respeitados verdadeiramente em seus direitos?”. Meu primeiro impulso foi dizer que sim, mas depois, esta foi uma pergunta que me fez refletir por meses.

A reposta é de que ainda existem muitos desafios Brasil afora! Sim, ainda temos pessoas que não respeitam a liberdade de expressão dentro das empresas, mas por outro lado, temos outros tantos que já entenderam que, se não ouvirem as pessoas no que de verdade pensam e como honestamente são, não criarão valor.

Aos líderes, empresários e gestores de RH cabe uma reflexão: há um perigo em querer exercer o poder e fazer muitos colaboradores aceitarem o que “reza a cartilha” e anularem seu ponto de vista. Pode ser mais fácil lidar agora, e não trabalhar o conflito de pontos de vista, mas certamente será mais complexo e custoso para companhia não fazê-lo. Tudo tem um preço, a questão é como e quando pagá-lo.




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