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Sete Cruzes: 2,3 km de problemas
Angela Martins
Especial para o Diário
28/03/2006 | 08:13
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Utilizada como alternativa para encurtar viagens, a estrada Sete Cruzes, que liga Ribeirão Pires a Suzano, continua intransitável. Em julho do ano passado, o Diário publicou reportagem em que foi constatada a situação precária dos 2,3 quilômetros da via. Na ocasião, a Prefeitura de Ribeirão Pires recapeou emergencialmente o trecho e o secretário de Obras e Serviços Municipais, Francisco Aurélio Carpinelli, afirmou que o trabalho não era definitivo. Segundo ele, os reparos seriam feitos a cada trimestre, o que não ocorreu.

“Essa estrada só passa por manutenção uma vez por ano. Fazem alguns remendos, mas rapidamente os buracos aparecem de novo”, declara o pedreiro Lorinaldo Rodrigues de Freitas, 42 anos. Morador do bairro 4ªDivisão, em Ribeirão Pires, Freitas utiliza a estrada três vezes por semana. Segundo ele, as condições da estrada são péssimas e pioram ainda mais quando chove. “Não tem acostamento em quase toda a sua extensão. Já vi muitos carros quebrados, que precisam esperar pelo socorro na pista”, denuncia.

Além dos danos causados aos veículos, como quebra da suspensão e furos em pneus, os motoristas têm de fazer malabarismo para trafegar pela pista esburacada. Não há demarcação indicando que a pista é mão dupla, bem como não há placas indicativas de qual é a velocidade máxima permitida. A única sinalização visível é a que indica tráfego proibido para caminhões acima de 12 toneladas. No entanto, sem fiscalização não é raro deparar-se com veículos que levam carga acima do peso permitido.

Ainda na lista de promessas feitas pelo secretário de Obras no ano passado, uma balança móvel, que mediria o peso dos caminhões, deveria ter sido instalada em outubro de 2005. Na ocasião, Carpinelli justificou a falta do equipamento dizendo que a balança teve de passar por serviços de manutenção e revisão e não estabeleceu data para quando estaria pronta para uso. A reportagem percorreu a estrada Sete Cruzes até o limite com o município de Suzano, mas não encontrou o equipamento.

A Prefeitura de Ribeirão Pires afirma que já foram feitos os devidos reparos na balança, mas ainda depende de aferição do equipamento pelo Ipem (Instituto de Pesos e Medidas), o que deve ser feito no prazo de 30 dias.

Perigo – A falta de iluminação também preocupa quem trafega pela estrada no período noturno. Morando há 12 anos próximo à estrada, o feirante Tiago Cardoso, 17 anos, garante que o trecho não tem iluminação adequada. “Não tem iluminação à noite em vários pontos. Como são muitos os buracos, a estrada fica perigosa”, diz. O agricultor Luis Iwasaki, 56 anos, confirma. “Nem poste de luz tem. Ninguém gosta de transitar pela estrada quando escurece.”

A Eletropaulo afirma que foram furtados 2,3 mil metros de cabos de energia de iluminação pública na estrada Sete Cruzes, que estavam instalados no trecho de divisa entre os dois municípios. A empresa informa que vai gastar cerca de R$ 10 mil, entre material e mão-de-obra, para fazer a reposição desses cabos. O prazo previsto é de 30 dias.

Acostumado a presenciar acidentes causados pelos buracos, o agricultor Luis Iwasaki disse já ter perdido a conta de quantos motoristas tiveram seus veículos danificados. “Quando chove é pior, porque a água cobre os buracos”, revela. De acordo com o agricultor, foram inúmeros os pedidos de reparo no asfalto à administração municipal, os quais não foram atendidos. “Já reclamamos muito, mas de nada adiantou.”

Em janeiro deste ano, numa audiência com o governador Geraldo Alckmin, o prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi, pediu uma verba de R$ 3 milhões para a reforma do Fórum Municipal e recapeamento da estrada Sete Cruzes. Desse montante, R$ 500 mil seriam gastos na estrada. Segundo o chefe do Executivo, a verba estava sendo requerida pela segunda vez. Para isso, no entanto, segundo o que informou ontem a Prefeitura, o governo do Estado ainda não deu resposta definitiva. Quanto ao recapeamento emergencial prometido no ano passado, a administração municipal afirma que “não é possível precisar prazos porque é necessário aguardar o término do período das chuvas”. (Supervisão de Andrea Catão)



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