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São 160 mil mulheres a mais na região
Por Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
02/06/2007 | 07:01
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A diferença proporcional entre homens e mulheres nunca foi tão acentuada em São Paulo. Levantamento feito pela Fundação Seade, braço estatístico do governo do Estado, revela que para cada grupo de 100 mulheres há 95,84 homens. Os dados são relativos a 2006 e foram divulgados sexta-feira pela instituição.

No Grande ABC, esse abismo é ainda maior. Aqui, para cada grupo de 100 mulheres há 94,7 homens. Apesar do percentual não atingir sequer dois dígitos, a desigualdade assusta se observada dentro do cenário populacional. Dentre os 2,5 milhões de habitantes espalhados pelas sete cidades da região, há uma sobra de 160 mil mulheres.

Em 1986, quando o Seade deu início a esse tipo de levantamento, a relação era oposta. Havia 100,4 homens para cada grupo de 100 mulheres no Grande ABC. Desde então, a tendência de crescimento do número de mulheres se manteve estável. Caso o crescimento não se altere, nas próximas duas décadas haverá 89 homens para cada 100 mulheres.

Para Cassiano Ricardo Bovo, doutor em Ciências Sociais pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) e professor da Metodista, esse abismo não causa um impacto tão grande na sociedade como se pode imaginar. Com a conquista da igualdade de direitos com os homens, a solidão passou a ser uma opção para muitas mulheres.

“Há algumas décadas, uma mulher que permanecesse solteira era mal vista pela sociedade. Hoje, a dinâmica social é muito diferente. O acesso da mulher ao conhecimento, ao mercado de trabalho aumentou consideravelmente, garantindo a elas a independência financeira”, afirma Bovo.

Um dos reflexos dessa tendência pode ser verificado no número de casamentos, que se manteve estável entre 1986 e 2005, apesar do crescimento populacional durante o período. A distorção entre os sexos, no entanto, não se manifesta da mesma forma entre as diferentes faixas etárias.

Entre zero e 19 anos, o número de homens é superior ao de mulheres. O declínio tem início a partir dos 20 anos e se mantém estável até os 74 anos. A partir daí, a quantidade de mulheres dá um salto em relação a de homens. No Estado, a desproporção é de 600 mil frente aos 400 mil que formam o grupo deles.

Um fator que explica essa tendência é a longevidade. Enquanto a expectativa de vida entre os homens é de 68,2 anos, entre as mulheres ela chega a 75,8 anos, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Apesar da média estadual, refletida no Grande ABC, apresentar um aumento significativo do número de mulheres em relação ao de homens, essa dinâmica é distinta entre os municípios. A região administrativa de Sorocaba, por exemplo, tem uma proporção equilibrada entre os sexos, muito próxima da igualdade. Já na região de Registro, o número de homens supera o de mulheres. Lá, eles são em 103,2 para cada grupo de 100 mulheres.




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