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Bolsa Família ajuda
237 mil no Grande ABC
Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
08/05/2011 | 07:00
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O Bolsa Família beneficia 71.880 famílias nas sete cidades do Grande ABC, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O número equivale a aproximadamente 237,2 mil pessoas, considerando que a média de habitantes por domicílio no Brasil é de 3,3 pessoas, segundo o Censo 2010, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Desde 2003, quando o programa de transferência de renda começou a ser executado pelo governo federal, o número de famílias atendidas na região teve crescimento de 574,7%. No início da gestão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), a região recebia repasse de quase R$ 1,5 milhão para o Bolsa Família, investimento que subiu para mais de R$ 71 milhões até o fim do ano passado. Isso equivale a um crescimento de aproximadamente 4.832,6%.

O aumento no número de beneficiários do programa é significativamente maior do que o crescimento da população da região nos últimos dez anos, que, segundo o IBGE, foi de aproximadamente 5%.

Para o professor de Filosofia e Economia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Marcelo Carvalho, o crescimento demonstra eficiência no atendimento à população carente da região. "Isso não reflete o aumento da pobreza, mas a melhora no sistema usado pelas prefeituras para a localização das pessoas mais necessitadas", avaliou.

Carvalho enxerga o programa como "extremamente positivo" para o mercado nacional. "O dinheiro que entra para o Bolsa Família é inteiramente gasto no comércio e atividade local, gerando emprego e renda." O especialista avalia que a consolidação de um mercado consumidor interno deu forças para que o Brasil resistisse à crise econômica mundial de 2008. "Para cada real gasto com o Bolsa Família, aumenta R$ 1,44 no PIB (Produto Interno Bruto) do País", acrescentou.

A telefonista Rosimar Ribeiro, 31 anos, é uma das beneficiárias. Há um ano, ela está cadastrada no programa e recebe R$ 102 por mês. "Agora consigo comprar mais frutas e leite, além de ajudar a pagar o aluguel", comenta. Rosimar conta que onde mora, na Vila São Pedro, em São Bernardo, muitos vizinhos também são atendidos pelo programa do governo federal.

Moradora do bairro Boa Vista, no mesmo município, Valdete Rainha, 44, também recebe o repasse, de R$ 102. A renda familiar dela, que está desempregada, é de R$ 200, valor que tem de ser dividido entre os quatro filhos pequenos que vivem com ela. "Não consigo me imaginar sem o Bolsa Família. Uma vez pararam e foi horrível", disse. Valdete está cadastrada desde 2003.

 

Professor defende investimento em formação

Investir em políticas que capacitem a população carente para entrar no mercado de trabalho. Na opinião do coordenador do curso de História da Fundação Santo André, José Hamilton de Souza, esta política deveria ser executada paralelamente ao Bolsa Família.

"A renda tem que vir com uma série de iniciativas para que as pessoas consigam ter essa possibilidade de ter um emprego, ter uma formação."

Souza acredita que, sem os investimentos em capacitação, a população carente se torna dependente do programa federal, o que gera um círculo vicioso. O especialista alerta para o uso eleitoreiro da medida. "Todos podem usar como potencial eleitoral, seja do partido A, B, C ou D."

CIDADES - No ano passado, São Bernardo foi a cidade da região que recebeu maior repasse, de R$ 18,5 milhões. Na sequência vêm Santo André (R$ 18,2 milhões), Diadema (R$ 14,7 milhões), Mauá (R$ 11,5 milhões), Ribeirão Pires (R$ 4,2 milhões), Rio Grande da Serra (R$ 3,5 milhões) e São Caetano (R$ 772 mil).

Em média, cada família da região recebeu R$ 982 no ano passado, o que equivale a aproximadamente R$ 81 por mês.




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