Um vazamento na tubulação de esgoto da rua Monte Alegre, na Vila Euclides, em São Bernardo, tem tirado o sono dos moradores da casa de número 59. Além de paredes umedecidas pela infiltração, o piso da cozinha estufou. Para impedir que a casa ficasse tomada pelo esgoto, os moradores quebraram o chão para drenar o líquido com uma mangueira para uma caixa de esgoto no quintal.

“Tive de levantar os móveis para que não estragassem”, contou a manicure Ângela Maria Rinaldi, 33 anos. Como o imóvel é alugado, ela chamou o proprietário para que fizesse o conserto. Ele, por sua vez, disse ter chamado a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) no mesmo dia. “O técnico disse o caso não era de alçada da companhia e que o problema deveria ser levado à Prefeitura”, revela o motorista Givaldo Pereira dos Santos, 49, proprietário do imóvel.

Com essa informação, Santos procurou a Prefeitura e um técnico foi verificar o vazamento. “Ele fez testes com corante e descobriu que o problema vinha da tubulação de esgoto. Tornei a procurar a Sabesp”, relata. A visita de um outro técnico, porém, não agradou o motorista. “Ele insinuou que os moradores tinham ‘forjado’ o vazamento para obrigarem a Sabesp a fazer o conserto.”

Revoltado, Santos procurou a ouvidoria da autarquia. “Até agora não deram satisfação.” Calculando um prejuízo de mais de R$ 3 mil, o motorista diz que não quer que a Sabesp faça o conserto na sua “Eu pago o conserto, mas quero que consertem o vazamento na rua.”

A Sabesp afirma que efetuou todos os testes necessários e que o problema não é de responsabilidade da empresa. A autarquia ressalta que, no mesmo dia em que foi solicitada a verificação, uma equipe foi enviada para realizar o conserto, porém, não havia vazamento aparente.

Em virtude disso, foi realizada vistoria técnica, na qual foi constatado que realmente não havia ponto visível de vazamento de água e a rede coletora de esgoto funcionava corretamente. Para eliminar a hipótese de vazamento, foram realizados testes para localizar vazamentos não-visíveis. Também não foi constatado problema.

O Controle Sanitário da Sabesp recolheu amostras da água do cavalete e do local da infiltração. Os resultados demonstram que a água não pertence ao sistema da Sabesp. Imóveis vizinhos também foram checados pela companhia. “A tubulação estava em perfeitas condições em todas as vistorias que realizamos no local”, garantiu o Superintendente da Sabesp, José Luiz Salvadori Lorenzi.

A Sabesp se colocou à disposição da Prefeitura para demonstrar os resultados dos testes realizados e colaborar para identificar a origem da infiltração. A visita foi agendada para a próxima segunda-feira. (Supervisão de Andrea Catão)